No dia 25 de maio, data em que é celebrado o Dia Internacional da Criança Desaparecida, os times da Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol – Atlético Paranaense, Botafogo, Chapecoense e Figueirense – entrarão em campo com faixas para chamar atenção para este problema. A convite do CFM, as equipes alertarão para uma mazela nacional: a cada 15 minutos uma criança desaparece no País.
 
No último domingo, dia 22, o Atlético Paranaense passou a faixa da campanha durante o intervalo do jogo no estádio Arena da Baixada.Os jogos ocorrerão às 19h30 entre Botafogo e Atlético Paranaense, no Estádio Helenão, em Juiz de Fora; e entre Figueirense e Santos, no Estádio Orlando Scarpelli. O terceiro jogo será às 21h entre Flamengo e Chapecoense, no Estádioda Cidadania. O tema será abordado também em coletivas de imprensa.
 
A campanha propõe chamar atenção dos torcedores para números preocupantes: 50 mil crianças e adolescentes somem no país e cerca de 250 mil ainda não foram solucionados. O estado de São Paulo detém 25% desse número, representando o maior índice, seguido do Rio de Janeiro e Minas Gerais. No mundo esse número chega a 25 milhões. “Os Conselhos enaltecem o grave situação que afeta a sociedade brasileira, notadamente a parcela mais carente”, alertou o presidente do CFM, Carlos Vital Tavares Corrêa Lima.

O problema do desaparecimento –
 Membro da Comissão de Ações Sociais do CFM, Ricardo Paiva, aponta que um dos principais problemas do setor é a falta de um cadastro nacional. Há grande expectativa em relação ao seu funcionamento efetivo, após ter sido criado por lei em dezembro de 2009. Segundo ele, sua ausência deixa as famílias sem suporte oficial. “O País precisa urgentemente de uma ação estratégica sociedade avançar unida no combate a esta mazela. Não se fala de esforços onerosos ou complexos. Medidas simples ajudariam a reduzir a incidência de desaparecimentos de crianças e adolescentes.”, afirmou.
 
Para auxiliar na busca, o CFM defende políticas públicas no setor. Segundo Paiva, para uma garantia de uma busca imediata destes menores, todos os boletins de ocorrência com registro de desaparecimento devem ser notificados – pela autoridade policial – obrigatoriamente ao Ministério da Justiça, por meio eletrônico, ao site oficial, junto com a foto do desaparecido. “Da forma que é proposto hoje não funciona: não dá para aguardar os pais ou responsáveis da vítima incluir o caso no site oficial do governo, isso deve ser feita compulsoriamente por um policial”.
 
A ação do CFM tem apoio formal de diversas entidades médicas brasileiras e latino-americanas, como a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), além da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Igrejas Batistas, Movimento Paz e Proteção da unicef, Movimento Humanos de Direitos (Mhud), Instituto de Migrações de Direitos Humanos (IMDH), ONG Mães da Sé, ONG Visão Mundial, Rede Marista, Hospital Pequeno Príncipe do Paraná e do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride).
 
Orientações à sociedade e aos médicos – “Não fale com estranhos” e “não aceite caronas”. Todo mundo já ouviu o quanto é importante repassar esta orientação para as crianças. Os números nacionais, no entanto, demonstram a necessidade de reforçar o alerta. Outra orientação é deixar com a criança um cartão de identificação com o nome, telefone e endereço dos pais.
 
O CFM aposta ser possível reverter esta realidade. Por isso, desenvolve junto à categoria uma campanha de conscientização desde 2011. Por meio da Recomendação nº 4/2014, os profissionais médicos e instituições de tratamento médico, clínico, ambulatorial ou hospitalar foram orientados sobre como o quê observar e fazer para ajudar neste esforço contra o desaparecimento de menores.
 
O documento orienta os médicos a prestarem atenção nas atitudes desses pequenos pacientes: como observar se ele se comporta com o acompanhante, se demonstra medo, choro ou aparência assustada. “Acreditamos que os médicos podem ser um canal para encontrar essas crianças, uma vez que elas podem passar por um consultório”, conclui o presidente do CFM.

 

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