Na avaliação do presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz d´Ávila, a pesquisa mostra que o povo não aceita ser enganado por medidas paliativas, como o Mais Médicos. “As pessoas querem ser atendidas por médicos com capacitação reconhecida e ter acesso à tecnologia e aos exames indicados”, afirma. Para d’Ávila, a opinião popular é um alerta para os políticos profissionais que só pensam no poder, mas não em resolver definitivamente os problemas da população. “O povo sabe quando a medida é paliativa”, constata.
Resultados – A pesquisa foi realizada entre 23 de novembro a 2 de dezembro de 2013 e ouviu 15.414 pessoas em 727 municípios. Das entrevistas, 2.002 foram utilizadas como amostra nacional. Depois da saúde (58%), a segurança pública e a violência aparecem em segundo lugar, citada por 39%. Em seguida são listadas as drogas (33%), a educação (31%) e a corrupção (27%).
As preocupações variam de acordo com o porte da cidade. Os moradores de locais com menos de 20 mil habitantes se preocupam mais com a saúde (40%), com a geração de empregos (32%) e com a segurança pública (26%). Os que estão em municípios com mais de 100 mil habitantes também estão preocupados com saúde (40%), mas a segurança pública aparece em segundo lugar, com 39% das citações, e em terceiro citam a educação (26%).
Em seguida, aparece o combate à violência e à criminalidade e a melhora da qualidade da educação. As duas questões devem ser priorizadas na opinião de 31% e 28% dos 15.414 entrevistados – a soma é maior que 100% porque era permitido escolher até três opções.
A pesquisa também perguntou o que deve ser priorizado pelo governo em 2014. Depois da saúde (49%), os entrevistados afirmaram que deve ser dada prioridade ao aumento do combate às drogas (23%), o reajuste do salário mínimo (23%) e o combate à corrupção (20%). A pesquisa levantou os problemas do país, dos estados e dos municípios e o que a população considera prioritário para o governo federal.
“Os resultados da pesquisa mostram quais são as insatisfações do brasileiro. Esses problemas não são novos e devem ser priorizados não só por esse governo, como também pelos próximos. Não são questões de solução fácil e que possam ser resolvidas no curto prazo”, afirma o gerente de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.