Marcelo Eduardo Exatamente há 28 anos, a Santa Casa de Campo Grande ganhava um novo prédio, com capacidade de 750 leitos. No dia 7 de outubro de 1980 o antigo prédio já não era suficiente para atender a população da cidade. A Santa Casa é segundo hospital mais antigo da Capital, foi criada em 1928. O Hospital Geral Militar é de 1922. Criado pela Associação Beneficente de Campo Grande, o Hospital está sob administração da Prefeitura desde janeiro de 2005, após intervenção com aval do Ministério da Saúde. Cerca de 350 pessoas são atendidas todos os dias no Pronto Socorro. A capacidade é de 730 leitos. A Santa Casa está localizada no Centro da cidade, na avenida Mato Grosso. O hospital é privado, mas recebe aproximadamente cerca de R$ 6,5 milhões mensais do Governo Federal porque atende pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O ex-presidente da Santa Casa, Arthur d’Ávila Filho, com 88 anos de idade, foi o principal dirigente da instituição de saúde. De 1974 a 2005, chegou a ficar 16 anos na presidência do Hospital, somando as várias vezes em que ocupou o cargo. Ele conta como foi a construção do novo prédio (em 1980). “Foi depois de um financiamento da Caixa Econômica Federal. O dinheiro vinha da loteria esportiva. Nós construímos, após muita luta. Foram 182 milhões de cruzeiros (moeda da época). O maior investimento do tipo naquela ocasião. Podíamos quitar a dívida em quinze anos, mas pagamos em treze.” Intervenção – Em 2005 havia, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, uma dívida de cerca de R$ 37 milhões com bancos, servidores, fornecedores e concessionárias de telefone, energia e água. A Santa Casa de Campo Grande (considera a quarta maior do País, atrás de Porto Alegre, São Paulo e Belo Horizonte) chegou a fechar em 30 de dezembro de 2004, aceitando apenas casos de urgência com 20% dos 830 leitos, da época, ocupados. O Hospital, desde então está controlado por uma junta administrativa formada por representantes da prefeitura e do governo do Estado. O ex-presidente Arthur d’Ávila diz que o “hospital está muito mal administrado” pela junta: “Foi tudo feito à revelia. A Santa Casa era referência. Hoje, o povo é que paga por isso.” Para o secretário municipal de Saúde, Luiz Henrique Mandeta, a Santa Casa é um “hospital que tem garra”: “A luta pela vida que encontramos lá é incomparável.” Mandeta relembra os primeiros dias de 2005, data da maior crise da história do hospital. “A intervenção foi necessária. Existia crise no abastecimento, só para se ter uma idéia, faltavam medicamentos e, mais que isso, perspectiva de melhora. Criou-se um efeito dominó em todo o Estado e em países vizinhos (Paraguai e Bolívia) pois a Santa Casa é a maior referência de atendimento. Hoje, estamos com saneamento das dívidas.” Desafios – A Santa Casa tem 680 leitos ocupados, sendo que a capacidade máxima é de 730. O Pronto Socorro, único no Estado que atende as diversas especialidades médicas, recebe cerca de 350 pessoas por dia. 130 pessoas estão internadas. Cerca de 2 mil funcionários. O Hospital é referência em transplantes e psiquiatria (onde atende trinta pacientes). Mas, as dificuldades ainda existem. O secretário Mandeta afirma que “sempre precisamos de mais recursos. Não há como atender mais. Hoje, nós deixamos de ter alguma especialidade, como por exemplo, transplantes hepáticos, porque não temos condições financeiras para isto.” História – As Santas Casas existem em países colonizados pelos portugueses e em Portugal. A primeira foi construida em Lisboa, em 1498, da pelo Frei Miguel de Contreiras, com o apoio da rainha Leonor, de quem era confessor. As diretorias das entidades que as administram, geralmente, são compostas por treze pessoas. “Isso remonta à Santa Ceia. Jesus e seus doze apóstolos eram os ‘comandantes’. Como a formação inicial das Santas Casas é católica, relembraram essa idéia”, explica o ex-prersidente da Santa Casa de Campo Grande, Arthur d’Ávila. (fonte: jornal online Midiamax News – 07.10.2008)

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