Levantamento do Ministério da Saúde aponta que 12% da população brasileira necessitam de algum atendimento em saúde mental, seja ele contínuo ou eventual. De acordo com a coordenadora do Programa de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Gislayne Budib Poleto, Campo Grande acompanha a estatística. “Pelo menos 80 mil pessoas, que moram na Capital, necessitam de atendimento em saúde mental”, informou. Para atender de maneira humanizada a demanda espontânea e referenciada nos serviços de saúde, a Sesau oferece o Programa de Saúde Mental, cujo atendimento é feito nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), nos quais estão cadastrados 38 mil pacientes. De acordo com a psicóloga do Caps Infantil, Elodia Maldonado, Campo Grande ganha em qualidade no atendimento voltado à Saúde Mental. “Os Caps da Sesau são os únicos núcleos de atendimento psicológico da Capital que assistem ao paciente de forma integral. Aqui, não tratamos apenas a doença, mas a vida do paciente como um todo. Além do paciente, envolvemos toda a família e o meio social da pessoa em tratamento”, enfatizou a psicóloga. Até o ano de 2004, Campo Grande era atendida por apenas um Centro de atenção Psicossocial. De 2005 até o ano passado, cinco novas unidades somaram-se ao Programa de Saúde Mental, totalizando seis unidades. O Caps II Planalto e Caps II Vila Margarida estão voltados para o atendimento de adultos e idosos com transtornos psiquiátricos. O município conta, ainda, com o Caps Infantil, para atendimento de crianças e adolescentes até 17 anos de idade; Caps Pós-Trauma, exclusivo para pessoas colocadas em situações de violência física, sexual ou psicológica, maus tratos e tentativas de suicídio; Caps III Aero Rancho 24 horas, voltado para atendimento de urgências psiquiátricas encaminhadas pelo SAMU e Caps AD, para casos que envolvam álcool e droga. “Desde o início da primeira gestão do prefeito Nelson Trad Filho, o atendimento na área de saúde mental de Campo Grande avançou na melhoria das estruturas físicas, recursos humanos e materiais permanentes e de consumo. Desde então, cinco novos Caps foram instalados na Capital. Até o ano de 2004, os quase 800 mil habitantes da cidade eram assistidos apenas por uma unidade”, ressalta a médica psiquiatra Gialyne Budib. Multidisciplinar – Partindo dos novos modelos de atenção, as ações de saúde mental no município alcançam melhores resultados quando se estabelecem parcerias, principalmente com as áreas da educação, assistência social e justiça tendo como referencial as diretrizes da Organização Mundial de Saúde. Cabe também aos Centros de Atenção Psicossocial desenvolver atividades comunitárias que promovam a inclusão social, enfocando a integração dos pacientes na família, na escola, na comunidade ou quaisquer outras formas de inserção. Os Caps são unidades destinadas a acolher os pacientes com transtornos mentais, estimular sua integração social e familiar, apóia-los em suas iniciativas de busca da autonomia, oferecer-lhes atendimento médico e psicológico. Sua característica principal é buscar integrá-los a um ambiente social e cultural concreto, designado como seu território, o espaço da cidade onde se desenvolve a vida cotidiana de usuários e familiares. Além das consultas psiquiátricas, terapias individuais ou em grupos com psicólogos e oficinas com terapeutas ocupacionais, o paciente desenvolve, dentro do Caps, atividades educativas culturais e artísticas, junto com os familiares e comunidade enfocando a saúde mental. Desta forma, ocorre, ao mesmo tempo, o esclarecimento da patologia e a inclusão social. A psicóloga Elodia explica que, antes de um ano de tratamento, dependendo do caso, a melhora do quadro da criança é evidente. “Claro que isso vai depender do quadro clínico do paciente. Mas, recebemos no Caps Infantil crianças hiperativas, depressivas, com psicoses, enfim, com meses de tratamento elas demonstram uma melhora ou estagnação do problema”. Resultado – “Tenho um filho com sete anos de idade e, há alguns meses, identificamos um comportamento diferente dele. Isso ocorreu após minha separação da mãe dele. Uma das crianças que transporto em minha van submeteu-se ao tratamento do Caps e, em menos de seis meses, pude perceber uma mudança enorme no comportamento daquela criança. A mãe dele me indicou o Caps Infantil da Prefeitura e, hoje, trouxe meu filho para fazer um acompanhamento”, relatou o motorista de van escolar, Celso Gonçalves, 37 anos, animado com as perspectivas de melhora para o filho. Estatística – Ainda de acordo com o Ministério da Saúde cerca de 3% da população geral sofrem de transtornos mentais severos e persistentes; 6% da população apresentam transtornos psiquiátricos graves decorrentes do uso de álcool e outras drogas. Em Mato Grosso do Sul, de acordo com boletim de saúde mental Datasul, 8,3 de cada 100 mil habitantes cometem suicídio. Serviços Caps II Planalto Endereço: Rua Monte Paschoal, nº. 366, Vila Planalto. Telefone: 67 3314-3185/ 3314-3188 Caps II Vila Margarida Endereço: Rua Itambé, nº. 2.939, Vila Margarida. Telefone: 67 3314-3144/ 3314-3871 Caps Infantil Endereço: Rua Travessa Ana Vani, nº. 44, Bairro Jardim dos Estados. Telefone: 67 3314-3952/ 3314-3874 Caps Pós-Trauma Endereço: Rua Sebastião Lima, nº. 1.323, Bairro Monte Líbano. Telefone: 67 3314-9963/ 3314-9964 Caps III Aero Rancho Endereço: Rua Rachel de Queiroz, Bairro Aero Rancho. Telefone: 67 3314-6415/ 3314-6418 Caps AD (álcool e drogas) Rua Joaquim Murtinho, nº. 1.786, Vila Antonio Vendas. Telefone: 3314-3756/ 3314-3756 (fonte: jornal online MS Notícias – 09.05.09)

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