Lúcia Norcio Curitiba – O Estudo Multicêntrico Randomizado de Terapia Celular em Cardiopatias, uma das mais significativas pesquisas clínicas do mundo para combater doenças cardíacas usando tratamento com células-tronco, deve apresentar os primeiros resultados em dezembro. Detalhes do estudo estão sendo apresentados pelo coordenador de Ensino e Pesquisa em Cardiopatias do Ministério da Saúde e de Ensino e Pesquisa do Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras, Antonio Carlos Campos Carvalho, durante o 3º Simpósio Internacional de Terapia Celular. O encontro começou ontem (1º) e ocorre até sábado (4) em Curitiba. O estudo vem sendo realizado pelo Ministério da Saúde desde junho de 2005 e, segundo o coordenador da pesquisa, estão envolvidas quatro diferentes tipos de doenças cardíacas: mal de Chagas, isquemia crônica, infarto e o “inchaço do coração” (a chamada cardiomiopatia dilatada). Ele explicou que participam 40 centros médicos espalhados pelo país e que o governo investiu R$ 13 milhões no projeto. “São 1,2 mil pacientes voluntários recrutados para toda a pesquisa, cerca de 450 estão sendo acompanhados. Os resultados referentes ao mal de Chagas serão divulgados em dezembro e, até o final de 2009, teremos concluído todo o trabalho”, informou. Ele explicou que num estudo randomizado os voluntários são divididos em dois grupos. A metade recebe células-tronco e a outra parcela, o tratamento mais moderno. Nem pacientes nem médicos sabem se o tratamento é de terapia celular ou placebo. Segundo o coordenador, esse procedimento é conhecido como estudo “duplo cego”. Apenas as pessoas que preparam as seringas conhecem tal procedimento. “O paciente só sabe que está participando de uma importante pesquisa”. De acordo com ele, caso os resultados sejam positivos, calcula-se que o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá economizar até R$ 500 milhões por ano com procedimentos na área cardíaca. “Todos os anos, só no Brasil, são registrados 240 mil novos casos de doenças cardíacas e 50% dos pacientes morrem num prazo de cinco anos”, disse o cardiologista Paulo Brofman, que coordena o simpósio. Segundo ele, o tratamento não vai evitar os transplantes, que no Brasil são realizados apenas 180 por ano, mas vai retardar a evolução da doença, melhorar as condições de vida de muitos pacientes”, observou. Brofman estima que, se a terapia funcionar, poderão ser salvas proporcionalmente aos que morrem, pelo menos 70 mil pessoas. Ele ressalta que uma grande vantagem da terapia celular autóloga é evitar a rejeição imunológica, pois a substância transplantada é do próprio paciente. “O material é retirado do tutano do osso”. (fonte: Agência Brasil – 02.10.2008)

Facebook Instagram
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.