O Brasil tem menos da metade do número de leitos públicos necessário para internações psiquiátricas, segundo levantamento feito pela Folha com base em parâmetros do Ministério da Saúde.

 Esse deficit de vagas é um dos grandes entraves para o tratamento de viciados em crack e outras drogas, dizem o CFM (Conselho Federal de Medicina) e a ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).

 Existem cerca de 38,2 mil leitos no SUS (Sistema Único de Saúde). O ideal seria que houvesse ao menos 85 mil, ou seja, 47 mil a mais. Em 2002, o governo estabeleceu que a quantidade mínima necessária é de 0,45 leito para cada grupo de 1.000 pessoas.

 No ano seguinte, no entanto, o Ministério da Saúde adotou o que chama de “nova política de saúde mental” e passou a pregar a redução das vagas de internação.

 Agora, diante do crescimento da demanda nos últimos anos, a pasta afirma que serão abertos 3.604 novos leitos em hospitais gerais.

 O coordenador da Câmara Técnica de Psiquiatria do CFM, Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti, afirma que esse número de leitos 3.604 “é ridículo”. Para ele, o deficit de leitos “representa a ausência de um segmento da estrutura especializada para tratar os usuários de drogas”.

 “Tem pessoas que, para sair de um estado de psicose gerado pelas drogas, precisam de 45 dias de tratamento intensivo.”

 O diretor da ABP Sérgio Tamai, também coordenador de Saúde Mental de SP, também defende que há necessidade a internação em hospitais gerais ou psiquiátricos, dependendo do quadro.

 As menores quantidades de leitos por 1.000 pessoas ocorrem em RR, AP e PA, que têm taxa de 0,02 .

 OUTRO LADO

 O Ministério da Saúde afirma que a redução no número de leitos iniciada com a reforma psiquiátrica não resultou em “desassistência”.

 O governo do Pará disse que vai abrir mais vagas. O de Roraima afirmou que a quantidade de leitos hoje atende à demanda do Estado. A reportagem não conseguiu ouvir a administração do Amapá.

 Fonte: Folha On line

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