Os pacientes de municípios do interior de Mato Grosso do Sul sobrecarregam o atendimento nos hospitais de Campo Grande, conforme o coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Eduardo Cury. As prefeituras de cidades do interior do Estado se preocupam com o transporte dos pacientes, mas nem sempre comunicam à Central de Regulação de Vagas para saber em qual hospital os pacientes poderão ser atendidos. Quando eles chegam a Capital, enfrentam dificuldades para achar vagas. Um exemplo do problema ocorreu no dia 15 deste mês, quando a Secretaria Municipal .de Saúde de Ponta Porã, cidade localizada 329 quilômetros ao sul de Campo Grande, ofereceu um ônibus para que pacientes fossem atendidos na Capital sem comunicar ninguém. “É uma dificuldade encontrar atendimento para todos. Eram 61 pacientes”, afirma Cury, mostrando os documentos com a relação dos problemas de saúde das pessoas e para onde foram encaminhados. Não havia casos de atendimento urgente. Os pacientes foram encaminhados a unidades de saúde, Santa Casa, Hospital Regional, Hospital Universitário, Hospital do Câncer e Apae. “São todos casos que poderiam ter esperado para agendar uma consulta, pois se vieram em um ônibus não havia casos graves”, diz Cury. Ontem pela manhã, outro paciente vindo do interior do Estado esteve no Centro Regional de Saúde do Bairro Guanandi, depois de passar pelo hospital de Sidrolândia, a 64 quilômetros da Capital. Ele precisava de tratamento, mas também não passou pela Central de Vagas. “Neste caso, ele poderia ter agendado uma consulta para outro dia. Os profissionais de Sidrolândia precisavam ter feito uma avaliação preliminar e só depois encaminhá-lo a Campo Grande”, afirma Cury. O paciente estava com um nódulo na região glútea. Irregularidades Os pacientes do Interior, conforme Cury,têm até estratégias para conseguir vagas na Capital e, muitas vezes, são orientados por profissionais dos próprios hospitais do Interior. Alguns tentam se hospedar em casas de familiares ou amigos e acionar o Samu para serem levados ao hospital. “Quando chegamos para o atendimento descobrimos que o caso não é grave e a pessoa queria, na verdade, fazer uma consulta”, afirma Cury. Santa Casa Somente na Santa Casa de Campo Grande os pacientes do Interior correspondem a pelo menos 40% do total de pessoas atendidas. Pelo menos 50 pessoas chegam ao hospital sem passar pela Central Estadual de Regulação de Vagas. “Quase todos os casos de média e alta complexidade são encaminhados a Campo Grande”, afirma o presidente da Junta Administrativa da Santa Casa, Rubens Trombini. Os casos em que não há encaminhamento pela central são chamados de “vaga zero”. (MC) (fonte: jornal O Estado de Mato Grosso do Sul – 24.07.2008)

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