Maior densidade na demografia médica, aumento na procura por cursos de residência, aperfeiçoamento legal para exercício da atividade: foram muitas as transformações recentes protagonizadas pela Medicina do Trabalho, que neste domingo (dia 4) comemorou seu dia. A data foi escolhida em homenagem ao nascimento de Bernardino Ramazzini, médico italiano pioneiro no estudo de doenças relacionadas ao trabalho.

Entidade representativa da classe no Brasil, a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT) analisa o desenvolvimento e as perspectivas futuras da especialidade no país. “O mercado tem exigido um profissional cada vez mais qualificado e melhor preparado para atuar na promoção e proteção da saúde do trabalhador, bem como um profissional que possa atuar como consultor e gestor da saúde, contribuindo desta forma para uma melhor atuação das empresas”, avalia o Presidente da Anamt, Zuher Handar.

Com mais de 12 mil especialistas em atividade no país, a Medicina do Trabalho foi apontada como a sexta especialidade mais recorrente pela última versão do estudo “Demografia Médica no Brasil”, elaborado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 2013. À frente de especialidades como Ortopedia e Cardiologia, as justificativas para a popularidade da Medicina do Trabalho passam pelo amplo mercado de trabalho e pela diversidade de atuação dos profissionais. “Esta é uma das especialidades médicas que mais atuam de maneira transversal em relação às demais especialidades, assim como às demais áreas de atuação da saúde do trabalhador”, explica Handar.

Esta versatilidade atraiu a médica Walquiria D’Avanzo, residente do primeiro ano de Medicina do Trabalho: “O que mais me chamou atenção foi a real possibilidade de ter um conhecimento amplo, que não é focado apenas na Medicina. O Médico do Trabalho deve ter conhecimentos diferentes, que variam com o local e o ramo de atividades a serem realizadas”, analisa. O também residente Leandro Lessa destaca impacto positivo da Medicina do Trabalho na sociedade: “A importância da especialidade é cada vez mais reconhecida, pois influencia positivamente não só a saúde do trabalhador, como a de toda a família e de seu entorno”. A opinião do residente é compartilhada pelo presidente da Anamt, que acredita que o trabalho é um dos determinantes sociais da saúde e da doença.

Um dos pioneiros na especialidade no Brasil, Jorge Rocha Gomes iniciou suas atividades como Médico do Trabalho em 1969. Ele também avalia positivamente o crescimento da especialidade: “A sociedade brasileira está percebendo que é fundamental haver um pessoal especializado em zelar pela saúde de quem está trabalhando. E não é possível fazer uma boa Medicina do Trabalho sem dedicação e estudo voltados especialmente para a área”.

Acompanhando o desenvolvimento econômico do país, a Medicina do Trabalho foi reconhecida como especialidade em 1978 pela Norma Regulamentadora 4 do Ministério do Trabalho e Emprego. Em 2014, a Norma foi revisada e passou a exigir Registro de Qualificação de Especialista (RQE) para os médicos integrantes do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). A Anamt é a responsável por conceder os Títulos de Especialista no país, em um convênio com o CFM e a Associação Médica Brasileira (AMB). “A Medicina do Trabalho continua sendo, entre as especialidades médicas, uma das mais promissoras. O mercado cada vez mais vai precisar deste profissional e cabe a nós contribuir para a sua formação, de forma a atender as demandas da sociedade e do mercado”, conclui Zuher Handar.

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