Jacqueline Lopes Após duas mortes no intervalo de quinze dias de pessoas internadas no CTI (Centro de Terapia Intensiva) – leitos para pacientes em estado grave – o HU (Hospital Universitário) ainda não conseguiu controlar o quadro de infecção instalado no setor. O CTI continua bloqueado desde o dia 6 de março. O MPF (Ministério Público Federal) solicitou na última semana que a Vigilância Sanitária Estadual fizesse inspeção para apurar as causas e possíveis medidas preventivas que poderiam ser implementadas com o objetivo de evitar a ocorrência de infecção hospitalar no local. O procurador regional dos Direitos do Cidadão, Felipe Fritz Braga, reuniu-se no dia 12 com o diretor interino do Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (HU/UFMS), Neimar Gardenal. O HU está na mira do MPF. Último caso Foram seis cirurgias no intervalo de vinte e um dias de internação no HU (Hospital Universitário). O pedreiro Arlan Ortega, 43, morador do Bairro Portal Caiobá, perdeu a vida no último sábado, 14 de março. Ele foi mais uma vítima de infecção hospitalar no hospital-escola. Ortega tinha úlcera estomacal, conseguiu agendar uma cirurgia após fazer os exames de endoscopia no Hospital Evangélico. Ele vomitava muito e reclamava de fortes dores. Ele foi até o HU no dia 17 de fevereiro. No mesmo dia ficou internado e passou pela primeira intervenção cirúrgica no dia 19 de fevereiro, mas o organismo acabou sendo alvo de bactérias e o paciente não resistiu. A direção do HU diz que as bactérias estão somente no setor do CTI (Centro de Terapia Intensiva), que desde o dia 6 está bloqueado. A instituição diz ainda que os pacientes cuja saúde está muito debilitada acabam alvos das bactérias, comuns em ambientes. No entanto, Seo Ortega era paciente cujo estado de saúde não era grave e tornou-se critico após ter dado entrada no hospital, segundo os familiares. “ Ele chegou andando normal e ele mesmo se internou. Foi feita a primeira cirurgia e ele levado para o CTI. Os médicos disseram que tudo tinha dado certo, usaram uns termos médicos que a gente não conhece. A partir daí a cada dois dias era uma cirurgia. Uma semana antes da morte disseram que ele teve infecção generalizada”, relata o cunhado, Marcelo Alexander, 38 anos. Após a situação agravada as perguntas para a equipe médica já não tinham mais respostas, diz Alexander. “Depois da operação ele não falava mais. Não sei o que vamos fazer porque não vai trazer meu irmão de volta. Ele morava comigo e com nossa mãe”, lamenta a irmã dele, a dona de casa, Maria Elza Ortega, de 50 anos. Arlan Ortega era quem sustentava a casa. Crise Após a segunda morte no CTI do HU por infecção hospitalar, a Comissão de Controle de Infecção do hospital se reúne nesta manhã para discutir o problema, segundo informou a assessoria da instituição. O setor CTI do HU está bloqueado desde sexta-feira (6). Pacientes contaminados por bactérias continuam internados. Um outro paciente faleceu há duas semanas. Ele era paciente de 70 anos, tinha câncer, e sofreu insuficiência renal critica, segundo informou em entrevista coletiva da semana passada o infectologista José Ivan Aguiar que já havia alertado sobre o risco de outro óbito no setor onde estão internados pacientes em estado grave. No caso, uma paciente de nome Maria Abadia, de 70 anos. Ela passou por quatro cirurgias no intestino, contraiu infecção hospitalar. O HU opera no limite de sua capacidade, com 255 leitos ocupados – até informação de ontem. O ambiente hospitalar é monitorado pela comissão. Após o primeiro óbito, o HU descartou descontrole e justificou que o problema só ocorreu por conta das condições frágeis de saúde dos pacientes – facilita a proliferação das bactérias. (fonte: jornal online Midiamax News – 17.03.09)

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