Daniella Arruda Médicos que encaminham pacientes do interior do Estado para a Capital sem agendamento da Central de Regulação de Vagas ou com dados incompletos vão ter a conduta investigada pelo Ministério-Público de Campo Grande, pelo Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM/MS) e por promotores das cidades de origem. A informação foi repassada ontem pela promotora de Justiça da Cidadania, Sara Francisco, um dia após o Hospital Regional, Hospital Universitário e Santa Casa ficarem à beira de colapso decorrente da falta de vagas no setor, causando reflexos inclusive no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Em um dos casos mais críticos, uma paciente de Aquidauana, transferida para a Capital sem agendamento, ficou por cerca de nove horas aguardando atendimento dentro da ambulância. “O médico está encaminhando indevidamente e de forma incompleta, sem diagnóstico, sem um parecer, o paciente do interior do Estado para Campo Grande. É uma questão de responsabilidade do médico também”; alertou. Um exemplo é o uso indiscriminado do termo “vaga zero”, usado para garantir vagas na Capital a pacientes em situação de emergência do interior do Estado. “É importante deixar claro que paciente vaga zero é aquele que vem transportado em ambulância, com médico ou no mínimo um enfermeiro acompanhando. Não existe vaga zero em caso de ambulância com paciente dentro, mas acompanhado só de familiares’, ressaltou. A promotora disse que conversou anteontem com o CRM, com o qual o Ministério Público já firmou convênio, e ficou definido que a questão será formalizada. “Todos os casos que chegarem ao Ministério Público vamos encaminhar para o CRM e também para os promotores das localidades. Vai ser um trabalho conjunto”, informou. Vistoria Após concluir ontem os trabalhos de vistoria nos setores de emergência dos três hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Capital, a promotora Sara Francisco informou que vai concluir os relatórios, fazer um estudo e posteriormente reunir-se com os secretários e diretores dos hospitais. O prazo para conclusão dos trabalhos não foi definido. “A visão do Ministério Público é apreciar todos os relatórios e chegar à seguinte conclusão: o que pode ser feito de forma eficaz e melhor para a população”, disse. Um dos pontos positivos observados, segundo ela, foi a redução nos atendimentos de trauma, como consequência da Lei Seca Com relação à superlotação dos hospitais, a promotora disse que não é possivel analisar agora. “Tem que se verificar se é uma questão de boa regulação ou de mau encaminhamento dos pacientes’, comentou. (fonte: jornal Correio do Estado 25.07.2008)

Facebook Instagram
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.