A Associação Médica Brasileira (AMB) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) deram início na manhã desta terça-feira (29), em São Paulo, ao primeiro Simpósio Nacional de Qualidade em Saúde. O evento teve como objetivo discutir o “fator de qualidade”, previsto na Lei da Contratualização (13.003/14), que estabelece a obrigatoriedade de contratos por escrito e detalhados entre as operadoras e os prestadores de serviço. O fator deverá servir como parâmetro de reajuste para contratos firmados entre operadoras e médicos, juntamente com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Durante a abertura do evento, o presidente do CFM, Carlos Vital, saudou os quase cem participantes e destacou a importância das discussões sobre o tema. “Temos aqui um público protagonista, palestrantes excepcionais e um tema de interesse de todos. Estou certo de que será um fórum exitoso e que acrescentará muito aos nossos conhecimentos e às nossas reflexões, para que possamos decidir melhores caminhos nessas relações entre médicos, sociedade e operadoras de planos de saúde”, afirmou.

Qualidade e ética – Após as exposições da primeira mesa, coordenada pelo presidente do CFM, os debates se voltaram para a relação entre qualidade e ética. O tema contou com a visão de Sérgio Ibiapina, membro da Câmara Técnica de Bioética do CFM, que tratou da ética e a bioética no setor. Já a diretora de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Martha Oliveira, apresentou os modelos de remuneração e seus reflexos nos modelos assistenciais. Também representando a ANS, Raquel Lisbôa, gerente-geral de Regulação Assistencial à Saúde, tratou da qualificação na incorporação da tecnologia no Rol de Procedimentos.

Os debatedores – Salomão Rodrigues, coordenador da Comissão Nacional de Saúde Suplementar (Comsu), e Emílio Zilli, diretor de Defesa Profissional da AMB – destacaram que o setor se sustenta em basicamente três pilares que precisam se manter em equilíbrio. “Os pacientes querem pagar menos nas mensalidades, os prestadores de serviço precisam ser melhor remunerados e as operadoras, evidentemente, querem aumentar sua margem de lucro. Todos nós queremos mais qualidade”, defendeu Rodrigues. “E essa tríade precisa ser homogeneizada. Definir os critérios de qualidade para os médicos é um papel das nossas entidades”, completou Zilli.

Qualidade e qualificação – Ainda pela manhã, outro grupo coordenado pelo presidente da AMB, Florentino Cardoso,  debateu as diferenças entre qualidade e qualificação profissional. Neste aspecto, o advogado Carlos Magno Michaelis lembrou que o título de especialista, obtido através das sociedades de especialidade filiadas à AMB ou pelas residências da Comissão Nacional de Residência Médica, devem parametrizar a qualificação. “Engana-se o médico que confia nos cursos de pós-graduação, que alguns institutos ministram, inclusive com a chancela do MEC”, alertou.

Além do advogado, participaram desta mesa, como expositores, José Cechin, presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde); José Bonamigo Filho, da AMB; e Ricardo Komatsu, representante do Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa. Para debtar este tema, compuseram a mesa principal Ana Maria Malik, coordenadora do Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da Fundação Getúlio Vargas, e Luiz Augusto Carneiro, do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (Iess). O encontro segue até as 18h, no Maksoud Plaza Hotel, em São Paulo (SP). 

Facebook Instagram
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.