Em uma homenagem pelo Dia do Médico, promovida pela Câmara dos Deputados nesta terça-feira, em Brasília, cerca de 250 médicos vestidos de jalecos verdes cobraram a regulamentação da profissão e carreira de Estado. A sessão foi proposta pelos deputados Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Eleuses Paiva (DEM-SP) – ambos médicos – que defenderam a votação imediata do PL 7.703/06 que regulamenta o exercício da medicina. A medicina é a única profissão das 14 da área da saúde ainda não regulamentada por lei. “Conseguimos aprovar o projeto nas quatro Comissões [de Seguridade Social e Família; de Educação e Cultura; de Seguridade Social e Família; e de Trabalho de Administração e Serviço Público]. A regulamentação da profissão aclamada e discutida há sete anos será um presente aos médicos e à sociedade”, disse o 3º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Emmanuel Fortes (foto). Durante a homenagem, o vice-presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), lembrou que a categoria médica é marcada por baixos salários, muitos plantões e precárias condições de trabalho no setor público. “Um profissional tão importante, sobre quem sobrecarga atribuições tão complexas, merece da sociedade e do poder público mais respeito e compreensão”. Para o deputado Eleuses Paiva, a saúde não é uma prioridade para o Brasil. “O último ano foi muito difícil não só para médico, mas para toda a área de saúde. Brigamos por mais recursos através da regulamentação da Emenda Constitucional 29, mas sem um imposto a mais para a população. Temos que ter mais postura para exigir mais recursos para a saúde”, enfatizou Paiva. Ronaldo Caiado ressaltou que irá apresentar um projeto, enquanto líder do DEM, para criar a carreira de Estado do médico. “Nossa profissão é tão importante quanto outras. Precisamos garantir uma carreira. Esta situação precisa ser discutida nesta Casa”. O deputado Mário Heringer (PDT-MG) lembrou que em Minas Gerais – assim como em todo o país, acredita o deputado – quando troca um prefeito, troca também a equipe médica, de modo a não se respeitar o trabalho do profissional. “Temos que dar dignidade aos médicos para que não virem ‘ioiô’ na mão de gestores”, alertou Heringer. O deputado Armando Abílio (PTB-PB) exemplificou que um procurador recebe R$ 25 mil, enquanto um médico R$ 3 mil. “Não digo que o procurador ganha muito, são os médicos que ganham pouco e precisamos rever isso. Uma consulta médica vale sete reais, enquanto um engraxate cobra dez reais”. A preocupação com a indiscriminada abertura das escolas médicas também foi apontada pelo 3º vice-presidente do CFM, Emmanuel Fortes. Segundo ele, as escolas hoje são abertas por interesses políticos e partidários. “Essa não é a solução para a interiorização do médico, nem a solução para a saúde brasileira. O médico precisa de uma carreira de Estado e melhores condições de trabalho. Esta Casa tem um projeto sobre esse assunto que está parado e precisa ser levado a sério”. (fonte: CFM – 20.10.09)

Facebook Instagram
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.