Superlotação, longa espera para a realização de cirurgias, falta de materiais e equipamentos, além de uma estrutura predial desgastada e sem manutenção. Estas foram as condições encontradas no Complexo Hospitalar de Mangabeira Governador Tarcísio Burity (Ortotrauma), no bairro de Mangabeira, em João Pessoa, no dia 12 de junho, durante fiscalização realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba (CRM-PB). O relatório com todas as irregularidades e distorções encontradas foi entregue ao Ministério Público da Paraíba na tarde desta terça-feira (16) para que sejam tomadas as providências necessárias.

“Não há o menor respeito à dignidade humana nesta unidade hospitalar, que funciona com grande precariedade. A situação é, realmente, horrível. Não interditamos o hospital porque traríamos prejuízos maiores à população. Mas algo precisa ser feito”, disse o diretor do Departamento de Fiscalização do CRM-PB, João Alberto Pessoa. Ele acrescentou que o relatório da inspeção foi finalizado na manhã desta terça-feira (16) e foi encaminhado à direção do hospital e ao Ministério Público Estadual.

 Segundo João Alberto, uma das possibilidades para diminuir a superlotação do Ortotrauma de Mangabeira seria compartilhar a demanda com o Hospital Santa Isabel, que vem sendo subutilizado. “É preciso que os problemas sejam resolvidos o mais breve possível, pois há uma quantidade enorme de pacientes esperando por atendimento de urgência, além dos que aguardam por cirurgias há mais de 30 dias”, completou o diretor.

 Ele ressaltou que no dia da vistoria encontrou um paciente esperando há três dias por uma cirurgia na perna, sentado em uma cadeira, em uma enfermaria sem ventilação. “Há uma escassez de materiais ortopédicos e os que existem já estão defasados. Sem essas próteses, não há como fazer as cirurgias. O hospital trabalha com fornecedor único de órteses e próteses”, disse.

 Outro problema encontrado no hospital é a quantidade insuficiente de roupas para pacientes e funcionários, além da falta de higiene nas enfermarias e salas de urgência. “Não há nenhum respeito ao pudor dos pacientes. Homens e mulheres ficam misturados. É preciso humanização no trato com essas pessoas que procuram uma unidade hospitalar”.

 Quanto ao vídeo de denúncia feito por funcionários do hospital, que mostrava um vazamento de esgoto em uma sala de cirurgia, João Alberto informou que, na hora da inspeção, não constatou esta irregularidade. “Infelizmente, a situação que vimos no hospital foi pior do que a denúncia. O lavabo dos médicos no centro cirúrgico, por exemplo, é apoiado por um cabo de vassoura e vimos esgotos abertos na enfermaria”, completou.

Principais distorções e irregularidades encontradas pela equipe de Fiscalização do CRM-PB:

  • Quantidade insuficiente de roupa para pacientes e funcionários;
  • Quantidade de material cirúrgico insuficiente;
  • Material de órtese e prótese defasado;
  • Sala de recuperação pós anestésica de ambos os centros cirúrgicos com falta de equipamentos;
  • Fornecedor único de material de órtese e prótese
  • Lentidão na entrega de materiais de órtese e prótese;
  • Atraso exagerado na realização dos procedimentos cirúrgicos;
  • Falta de higiene nas enfermarias e salas de urgência;
  • Esgotos abertos nas enfermarias;
  • Falta de manutenção predial com paredes necessitando de pinturas e retirada de mofo e infiltrações
  • Colchões, cadeiras de banho e poltronas danificados
  • Número insuficiente de cadeiras de rodas para transporte de pacientes
  • Falta de cuidados com o pudor dos pacientes
  • Medicamentos e materiais escassos;
  • Lavabo do centro cirúrgico amparado por cabo de madeira e com paredes infiltradas;
  • Superlotação do hospital;
  • Ambientes para internação quentes e sem ventilação

 

 

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