Daniella Arruda Superlotação levou o Hostal Universitário, Santa Casa e Hospital Regional a recusar pacientes encaminhados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na manhã de ontem, exigindo intervenção do Ministério público Estadual (MPE). Um dos casos mais críticos foi o de uma paciente do interior do Estado vitima de derrame cerebral, que veio para a Capital sem agendamento e permaneceu em uma ambulância por cerca de nove horas, no pátio do posto de saúde do bairro Guanandi, aguardando encaminhamento. Transportada de Aquidauana para a Capital sem agendamento da Central de regulação de Vagas, Rosemare Pereira, de 48 anos, não pôde ser atendida pelo posto de saúde porque necessitava de cuidados especializados. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e uma equipe médica prestou assistência à paciente dentro do próprio veiculo, até que fosse conseguida uma vaga no Hospital Universitário (HU), com intervenção do MPE. Para a promotora de Justiça de Cidadania Sara Francisco, o caso da paciente aquidauanense mostra que “continua a velha pratica de municípios do interior do Estado “despejarem” pacientes em Campo Grande, sobrecarregando o sistema público de saúde da Capital. Diante da situação de ontem, a promotora informou que vai encaminhar o caso ao Ministério Público de Aquidauana e também deve entrar com representação junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM) contra médica que atendeu a paciente. “Os médicos do interior estão agindo sem critério e sem respeito ao paciente e ao colega médico da Capital. Simplesmente despejam o paciente em Campo Grande, mandando-o para cá sem exames, sem enfermeiro acompanhando e sem comunicar nada. Os médicos têm que começar a cumprir o papel deles, de fazer a regulação e encaminhar os pacientes da forma correta!”, disse. Constrangimento A situação também gerou revolta e incerteza entre os familiares de Rosemare Pereira, que é portadora de epilepsia e tinha sido liberada do Hospital Municipal de Aquidauana, anteontem, após dois dias de internação por causa de um acidente vascular cerebral. Após horas de espera no pátio do estacionamento do Centro de Saúde do Guanandi e de pois à frente do PAM, no Hospital Universitário, a paciente só recebeu atendimento por volta das 14h40min, segundo informou seu filho, Gustavo Pereira, 23. Constrangido e sentindo-se enganado, ele não descarta ingressar com ação contra a Prefeitura de Aquidauana, “A assistente social do hospital disse que minha mãe tinha que vir para Campo Grande. Ela pediu para eu anexar uns documentos, emitiu uma autorização, foi liberada a ambulância e aconteceu isso. Eu sou leigo, só queria atendimento para a minha mãe. Só quando cheguei é que soube da gravidade da situação”, disse Maca Ao acompanhar o caso da paciente de Aquidauana, que foi transferida para o Hospital Universitário, a promotora de Justiça da Cidadania, Sara Francisco, disse ter deparado com outros dois problemas, superlotação e retenção da maca do Samu no PAM. Sem o equipamento, uma ambulância do serviço, que tinha encaminhado um paciente para o hospital, acabou ficando parada das 8h45min até 10h. A maca foi liberada, mais em uma hora e meia de permanêncía do Ministério Público no HU, outros dois pacientes deram entrada pelo setor de urgência – um deles encaminhado pelo Samu, outro por uma ambulância de Ribas do Rio Pardo, apesar da superlotação do PAM. “Vamos ter que avaliar toda a situação. Não é só uma questão do HU, do Hospital Regional, Dourados ou Aquidauana” comentou a promotora. (fonte: jornal Correio do Estado – 24.07.2008)

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