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Na segunda parte do IV Fórum Virtual de Clínica Médica do Conselho Federal de Medicina (CFM) nessa terça-feira (4), que teve como tema central “Clínica Médica – Uma Especialidade Diferenciada”, os debatedores trataram dos avanços da tecnologia e da Inteligência Artificial (IA) nas questões relacionadas à saúde. A opinião dos especialistas no evento, coordenado pelo conselheiro federal Carlos Magno Pretti Dalapicola, coordenador da Câmara Técnica de Clínica Médica da autarquia, é que a IA já é uma realidade usada como ferramenta fundamental para melhorar a relação com os pacientes, seus diagnósticos e tratamentos, mas não substituirá os médicos.

O membro do Grupo de Trabalho sobre Inteligência Artificial do CFM Francisco das Chagas Neto falou sobre como operacionalizar a inteligência artificial. “IA boa não é barata. Eles têm que manter equipe, revisar informações, entre outras funções complexas. A população com renda mais alta terá mais acesso à IA no futuro do que a com renda mais baixa”, prevê.

Ele explicou que é fundamental para o médico escolher o modelo correto (OpenAl, Google, Anthropic, Meta, etc.), com políticas de privacidade e possível auditoria dos dados. “Eu não uso dados sensíveis, é muito perigoso. É extremamente perigoso colocar dados sensíveis na IA, assim como passar dados sensíveis no WhatsApp. Se o seu celular é roubado, será possível ver o que você enviou e há possibilidade de falsificar as informações. Isso aí é um risco tremendo”, observou.

Segundo ele, com a abertura indiscriminada de escolas médicas no País, a qualidade médica vem diminuindo. “Isso num cenário em que a IA está acertando cada vez mais. Se não tivermos cuidado, teremos uma geração de médicos alienados, que não sabem medicina e vão confiar no que o robô tá dizendo, em curto período de tempo.

Chagas diz não acreditar em desemprego a curto prazo, pois ainda há grandes áreas com defasagem, mas já é possível perceber aumento de produtividade em algumas áreas. “Tenho familiares que são patologistas, que faziam 50 laudos por dia e hoje, com robôs treinados, fazem 300 por dia. Tenho colegas radiologistas que laudavam 50 exames e hoje estão laudando 300. Médicos que souberem utilizar IA vão aumentar muito a sua produtividade”, relata.

Ética com a IA – O radiologista no Grupo Aliança e Diretor do CBR, Augusto Antunes, falou sobre a ética médica e o uso da IA. Ele ressaltou que o uso da tecnologia é um ato médico. “A gente tem que entender como ela é utilizada para saber até onde ela vai. Sem processos adequados, a tecnologia pode só trazer problemas”, ponderou.

Já o membro da Câmara Técnica de Clínica Médica do CFM Milton de Arruda Martins citou casos clínicos reais e sua interação com a inteligência artificial para melhor resolvê-los. “A medicina baseada em evidências é a integração da melhor evidência científica disponível com a experiência clínica e os valores do paciente”, comentou.

O também membro da Câmara Técnica de Clínica Médica do CFM Pedro Gabriel Melo de Barros explicou como o uso de vestíveis, como relógio inteligente com captação contínua de dados, tem auxiliado o acompanhamento clínico. “Nosso atendimento médico ainda é restrito a estetoscópio, receituário e caneta e carimbo. Certamente a essência do atendimento é o contato humano. Isso não se perde. Mas temos ferramentas que podemos usar para potencializar esse nosso cuidado. Temos que oferecer o máximo da nossa capacidade. A IA pode nos ajudar nesse sentido”, declarou.

A médica pediatra e neonatologista Juliana Soares foi na mesma linha e tratou de um projeto de monitoramento remoto por meio de dispositivos vestíveis (relógio inteligente) para monitorar a saúde de pessoas idosas e gestantes de alto risco na Paraíba. Ela ressaltou que os pacientes sabem quais dados estão sendo verificados, mas que as telas de monitoramento dos dados não estão acessíveis a eles. “Qualquer sintoma que ela tiver, ela é orientada a procurar o sistema de saúde, como qualquer paciente. O objetivo é prevenir”, contou.

Um dos debatedores da última mesa, o membro da Câmara Técnica de Clínica Médica do CFM Williams Cardec da Silva avalia que o médico é mais essencial para a população hoje, em tempos de inteligência artificial, do que antes. “O médico é muito importante até para dirimir qualquer situação envolvendo IA”, sublinhou.

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