Fernanda Bassete Equipes de médicos e enfermeiros dos hospitais estaduais de São Paulo serão treinados a partir deste mês para aprender a identificar a dor como quinto sinal vital do paciente -técnica usada como rotina em todas as enfermarias do Hospital das Clínicas de São Paulo e também em alguns hospitais particulares. Os outros sinais vitais são respiração, pressão, frequência cardíaca e temperatura. O HC será o responsável pelo treinamento. O projeto piloto será realizado no hospital Pérola Byington, seguido do Instituto Dante Pazzanese. Sucessivamente, outros hospitais da rede serão habilitados. De acordo com o anestesiologista Irimar de Paula Posso, responsável pelo Grupo de Controle da Dor do HC, a proposta, que será implantada no mês em que o hospital completa 65 anos, é mostrar que a dor do paciente também deve ser constantemente avaliada e, dependendo do caso, a conduta terapêutica pode ser alterada. Atualmente, quando o paciente reclama de dor, ele é medicado pela equipe de enfermagem, mas, geralmente, esse dado não é anotado no prontuário. Assim, a próxima equipe não tem como saber se a pessoa foi medicada antes. “Os hospitais seguem protocolos iguais para avaliar os outros quatro sinais vitais, e o nosso objetivo é fazer com que a dor seja incluída nessa rotina”, diz. Segundo Posso, como a dor é subjetiva e variável, a intensidade é avaliada de acordo com uma escala visual, de zero a dez. Quando ela for considerada um sinal vital, a anotação da intensidade será obrigatória. “A ideia é acompanhar a prescrição de analgésicos e saber se é preciso continuar ou não com a medicação. No HC isso existe desde 2002 e nós até mudamos o impresso onde são anotados os sinais vitais”, diz. O conceito de dor como sinal vital também é usado como rotina na UTI do Hospital São Paulo (vinculado à Unifesp). O hospital tem um projeto para implantar a técnica nas enfermarias, já que a universidade tem um grupo especializado em controle da dor. Segundo a intensivista Flávia Ribeiro Machado, identificar a dor como sinal vital é fundamental para que os médicos possam adequar o tratamento e também deixá-lo mais humanizado. “A dor faz mal ao paciente e desperta algumas respostas do organismo que podem aumentar a pressão arterial, causar taquicardia no paciente, entre outros problemas. Por isso é muito importante saber identificá-la e tratá-la”, diz. Legenda: O médico Irimar Posso mostra escala de dor para o paciente Genivaldo da Hora, no Hospital das Clínicas de São Paulo (fonte: Folha de S.Paulo – 22.04.09)

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