Grupo de dez ginecologistas e obstetras do Hospital da Mulher de Dourados solicitou no dia 26 de janeiro ao Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM/MS) intervenção nas negociações com a direção da instituição por melhores condições de trabalho, melhor remuneração dos plantões e contratação de mais profissionais, para evitar a suspensão do atendimento a população a partir desta terça-feira, dia 1º de fevereiro. Em resposta ao pedido dos médicos, o presidente do CRM/MS, Marcos Paulo Tiguman e o vice-presidente, Lúcio Bulhões, viajaram na manhã desta segunda-feira, dia 31 de janeiro, para Dourados, para buscar junto com a categoria, a direção do hospital e o Ministério Público Estadual, uma solução para o problema. Conforme atesta cópia de ofício enviado ao CRM/MS pelo grupo de médicos junto com o pedido de intervenção, em julho de 2004 a direção do Hospital da Mulher já havia sido notificada das dificuldades que os ginecologistas e obstetras estavam enfrentando para prestar um atendimento de qualidade a população. Dificuldades como atender pacientes em estado gravíssimo, sem a infra-estrutura necessária, trabalhando com número insuficiente de cardiotocografos e de aparelhos de sonar, com aparelhos de pressão em mal estado de funcionamento e com a falta de medicamentos que são de suma importância como a Hidralazina injetável e Nifedipina sub-lingual e também sem o serviço de ultra-sonografia ambulatorial. No documento os médicos alertavam a direção do Hospital da Mulher para a necessidade da instalação de uma UTI Materna dentro da Maternidade, evitando transportar pacientes para outro hospital e também para que houvesse plantão de anestesistas 24 horas dentro da instituição. Os profissionais também reivindicavam já naquele momento a presença de no mínimo dois obstetras por plantão – pois um é insuficiente para atender a demanda, além de uma melhoria na remuneração do médico pelo plantão – que atualmente é de apenas R$ 50 por 12 horas de trabalho; da presença do pediatra na sala de parto com maior freqüência – já que às vezes isso é impossível porque ele atua simultaneamente no Hospital Evangélico e Hospital da Mulher; e ainda a realização de treinamento do pessoal da enfermagem que atua no pré-parto. Como a direção do hospital não respondeu a nenhum dos outros ofícios encaminhados pelo grupo de médicos, em 11 de novembro e em 16 de dezembro de 2004, e não atendeu as reivindicações ou buscou uma forma conjunta de solução, os ginecologistas e obstetras do Hospital da Mulher informaram no dia 18 de janeiro de 2005, através de ofício, a diretoria da instituição que a partir do 1º de fevereiro estariam paralisando todos os plantões e procedimentos da especialidade.

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