Depois de vários furtos, a direção do posto de saúde na região Leste de Goiânia decidiu aumentar a altura do muro e instalar um portão eletrônico para dificultar a entrada de marginais. Em outra unidade na mesma região, um dos portões do estacionamento passou a ficar trancado o tempo todo. Foi a alternativa encontrada para evitar que ladrões usassem o local para esconder veículos roubados.
Em vários postos, não há guardas para controlar a entrada e a saída de pessoas e nem para vigiar os carros nos estacionamentos. Vários prédios são antigos e a segurança é frágil.
“Esse, por exemplo, é cercado apenas por uma tela. Com acesso praticamente livre, os bandidos se sentem à vontade”, relata o jornalista John William.
Ainda segundo o repórter: “Esta ambulância ficou apenas alguns minutos no estacionamento, enquanto os socorristas buscavam o atendimento para um paciente. Ladrões aproveitaram para furtar as rodas e os pneus do veículo”.
No fim do ano passado, um policial civil foi assassinado na porta de um hospital público quando buscava atendimento para o filho.
Dentro das unidades, também há casos de violência. Imagens do circuito interno registraram o momento em que um homem armado tomou o cassetete de um guarda municipal. Ele exigia que um amigo fosse atendido.
Os servidores da saúde trabalham com medo. Uma funcionária foi estuprada dentro de uma unidade pública. A prefeitura diz que vai investir em câmeras de monitoramento e treinamento dos guardas civis para reforçar a segurança.
“Nós já preparamos 130 guardas e estamos agora no processo de preparar outros para que possam fazer essa segurança”, diz Elton Magalhães, comandante da Guarda Civil Metropolitana.
Nota do Cremego – Em nota, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Erso Guimarães, declarou que o conselho goiano sempre tem fiscalizado as unidades de saúde em Goiás e, quando necessário, tem cobrado dos gestores públicos melhorias na segurança e nas condições de funcionamento destes serviços, cuja precariedade muitas vezes está associada a casos de violência contra os profissionais de saúde. “O Cremego repudia qualquer ato de violência contra médicos no exercício de sua função, pois entende que o médico não pode pagar esse preço por falhas no serviço público de saúde e na segurança das unidades de atendimento”, diz Erso Guimarães.
Assista a reportagem: