Representantes de Conselhos Regionais de Medicina, Associações Médicas e Sindicatos dos Médicos dos Estados do Norte e Centro-Oeste do Brasil se reuniram nesta sexta-feira (27), em Campo Grande (MS), para debater assuntos de interesse dos profissionais. Pela manhã, os participantes falaram sobre o Plano Salarial e o Plano de Carreira. “É uma oportunidade única para debatermos assuntos importantes para todos os médicos e aliarmos esforços”, afirmou o presidente do CRM-MS, Antonio Carlos Bilo. O diretor de relações externas do Sindicato dos Médicos de MS (SinMed), Valdir Shigueiro Siroma, detalhou o plano salarial adotado nas unidades hospitalares de Campo Grande e ressaltou o esforço das três entidades médicas do Estado para restabelecer o pagamento de insalubridade a todos os médicos. Ele lembrou que o prefeito da Capital, o secretário de Saúde do município e o governador de Mato Grosso do Sul são médicos e, portanto, devem estar sensibilizados com as reivindicações dos profissionais. Siroma apresentou um levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) que demonstra a alta concentração de médicos no serviço público. “Hoje, trabalham para o governo 70% dos médicos brasileiros”, informou. Também propôs aos participantes uma reflexão quanto a outro dado da pesquisa. “Os médicos aparecem como a terceira profissão mais bem paga do país, com média salarial, no setor público, de R$ 7 mil, valor que se enquadra no que preconiza a FENAM”, disse. No ranking das profissões aparecem os juízes, no topo, e os executivos em segundo lugar. A pesquisa revela ainda que a saúde emprega 10% da população brasileira e movimenta R$ 160 bilhões por ano, o que corresponde a 8% da riqueza nacional. Para Siroma, os profissionais devem refletir sobre a proliferação dos cursos de Medicina no Brasil – que passaram de 77, na década de 70, para 178 atualmente –, que pode ser decisivo para o achatamento salarial. Esta é a mesma preocupação do representante do CRM-AM, Antônio de Pádua Quirino Ramalho. “Temos que nos precaver o quanto antes e conseguir aprovar, urgentemente, um Plano de Cargos e Carreira”, disse. O conselheiro federal suplente, membro da Comissão Pró-SUS e representante do CRM-AL, Alceu Pimentel, lembrou que o Ministério da Saúde já está discutindo a implantação de uma carreira de estado aos profissionais. Para ele, as entidades devem aliar esforços no combate à precarização profissional, que ficou mais evidente com a municipalização da saúde. “Das duas milhões de pessoas que trabalham na saúde, pelo menos 800 mil o fazem de forma precária”, reiterou. Segundo ele, 80% dos trabalhadores do Estratégia de Saúde da Família (ESF) atuam de forma precarizada, sem qualquer vínculo empregatício ou garantia trabalhista. “Temos que nos unir cada vez mais para combater tudo isso”, defendeu. CBHPM O representante da Associação Médica em Mato Grosso do Sul (AMMS) e vice presidente da Associação no Centro-Oeste Moacir Barro Júnior aborou o tema Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos médicos (CBHPM). Para ele, a principal dificuldade enfrentada pela entidade na luta pela revisão dos valores da tabela da CBHPM é conscientizar os médicos. “Aqui é muito dificil conseguir que o médico saia do consultório e venha para as discussões, muitos só sabem reclamar”, disse. “Nosso movimento fica esvaziado e isso prejudica qualquer tentativa de negociação”, ponderou. Ele lembrou que deve ser praticado atualmente o valor previsto na 5ª edição da CBHPM, que é de R$ 54,00 por consulta, sendo que os médicos não podem cobrar menos de R$ 43,20. A vice-presidente do CRM-MT, Dalva Alves das Neves, relatou uma conquista histórica dos profissionais daquele Estado. Segundo ela, os pediatras estão recebendo R$ 64,00 por consulta. “É um fato inédito no nosso estado, que reconhece a atuação dos pediatras, uma especialidade eminentemente clínica”, disse. Os demais médicos recebem no Mato Grosso recebem R$ 44,00 por consulta. Representantes O 1º Fórum das Entidades Médicas das Regiões Norte e Centro-Oeste continua até o fim do dia. No período da tarde, serão relatados e debatidos os procedimentos de fiscalização. Participam do evento: Antonio Carlos Bilo, Luiz Mascarenhas, Gil Pacífico Tognini e Cláudia Lang (todos pelo CRM-MS); Luzia da Silva Santana, Marco Antônio Leite e Valdir Shigueiro Siroma (pelo SinMed); Eliana Patrícia S. M. Pires e Moacir Basso Júnior (pela AMMS); Wirlane Santos da Luz, José Fernando Maia Vinagre, Eurípedes Sebastião Mendonça de Souza, Roberto Tenório de Carvalho, Aloísio Tibiraça Miranda e Mauro Ribeiro (todos representando o CFM); Antonio de Pádua Quirino Ramalho (Amazonas); Dorimar dos Santos Barbosa (Amapá); Donizetti Dimer Geamberardino Filho (Paraná); Manuel Lamego (Rondônia); Dalva Neves (Mato Grosso); Pablo Vasquez Queimadelos (Rio de Janeiro); Imara Schedtert S. Souza (Distrito Federal); Alceu Pimentel (Alagoas). (fonte: CRM-MS – 27.11.09)

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