Carolina Pimentel Brasília – As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em defesa do fumo em locais fechados ou abertos, em entrevista na última quarta-feira (3), provocaram críticas de algumas entidades. A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), em nota, diz que o presidente, como autoridade máxima do país, deveria dar o exemplo à sociedade sobre o males causados pelo tabaco. “Como homem público e principal autoridade do país, ele tem que dar o exemplo em relação ao tabaco, que tanto traz de malefícios às pessoas que fumam, aos fumantes passivos e a todos que perdem familiares, amigos pelas conseqüências nefastas do cigarro no organismo. Sem falar nos custos que a doença representa ao Estado. Conta essa que toda a sociedade paga”, diz a nota, assinada pelo presidente da sociedade de médicos, Ari Timerman. “A Socesp vê com muita preocupação as palavras do presidente e aguarda uma retratação para o bem da população brasileira”, completa. A diretora executiva da organização não-governamental Aliança de Controle do Tabagismo, Paula Johns, também lamentou as afirmações de Lula. Segundo ela, o uso do tabaco é um problema de saúde pública e não deveria ser tratado com descaso pelo presidente. “O presidente não deveria ter dito isso. Não teve senso de respeito ao próximo e descaso com o tema. Errou feio. Ele tem a opinião dele, mas não pode falar o que quiser”, afirmou, por telefone, à Agência Brasil. A organização pediu uma audiência com o presidente Lula, mas não ainda não teve resposta do governo. A diretora lembrou que o Brasil é signatário de uma convenção internacional de apoio ao controle do tabaco. De acordo com a diretora, uma pesquisa encomendada pela organização revelou, em março deste ano, que 88% da população é a favor da proibição do fumo em ambientes fechados, assim como 80% dos fumantes. Em entrevista a oito jornais populares, no último dia 3, Lula defendeu o fumo em qualquer lugar ao ser questionado sobre o projeto de lei do Ministério da Saúde que quer acabar com fumódromos, áreas reservadas para fumantes em locais fechados públicos e privados. A proposta está sob análise da Casa Civil desde fevereiro para ser enviada ao Congresso Nacional. “Eu defendo, na verdade, o uso do fumo em qualquer lugar. Só fuma quem é viciado (risos)”, disse, conforme transcrição da entrevista publicada pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República. Lula afirmou também que a proibição não é uma proposta sua, mas do ministério. E preferiu não se posicionar em relação ao assunto. “Eu não vou propor. Quem está propondo é o Ministério da Saúde”, disse. “Eu mando o projeto, eu não voto. A minha incumbência é mandar o projeto e deixar a Câmara dos Deputados votar”. Indagado sobre a proibição de fumar no Palácio do Planalto, Lula afirmou que em seu gabinete é permitido. “Se eu for à sua sala, certamente não fumarei, porque respeitarei o dono da sala. Mas na minha sou eu quem manda (risos)”, afirmou o presidente, que fuma cigarrilhas. (fonte: Agência Brasil – 05.09.08)

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