Somente este ano, 4.376 pessoas já foram dadas como desaparecidas em Minas Gerais. Deste total, 1.798 são crianças e adolescentes de 0 a 17 anos. Os dados foram contabilizados entre o dia 1° de janeiro até o dia 2 de maio deste ano pela Polícia Civil. Mas nos últimos três anos, 14.717 menores ou com idade de 17 anos desapareceram no Estado, sendo que 5.012 destes desaparecimentos foram registrados somente em Belo Horizonte.
 
As principais causas atribuídas pela Polícia Civil para a quantidade de crianças e adolescentes desaparecidos são as questões de disputa judicial pela guarda dos filhos e os conflitos familiares.
 
Para conscientizar e orientar a população sobre os desaparecidos em Minas Gerais, a Polícia Civil promove no próximo sábado (21) um evento para marcar o Dia Internacional da Criança Desaparecida (25 de maio) na praça Floriano Peixoto de 9h às 12h. Na ocasião, a corporação irá fornecer dicas aos pais para evitar o possível desaparecimento de seus filhos, atrações para as crianças como pula-pula e piscina de bolinhas e também orientações sobre o que fazer em caso de desaparecimento. Além disso, poderão ser retiradas, no dia, a primeira via da carteira de identidade das crianças, um procedimento importante para evitar o desaparecimento de menores.

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A delegada Elizabeth Freitas, da Delegacia de Pessoas Desaparecidas, explica os principais motivos do desaparecimento de crianças e adolescentes: “No caso de crianças desaparecidas, as principais causas são a disputa de guarda, quando um pai ou mãe pega o filho sem avisar ao outro familiar. Já no caso dos adolescentes, o motivo é principalmente por conflitos familiares, quando o jovem decide ‘fugir’ de casa para se encontrar com um namorado ou amigos e não avisa aos pais”, constata.
Além disso, há muitos casos de crianças e adolescentes dados como desaparecidos e que, quando encontrados, a família não comunica a polícia para que a criança ou jovem seja retirado da lista.
 
A delegada também alerta os pais sobre procedimentos simples que podem evitar um possível desaparecimento. “Pais e responsáveis devem estar sempre atentos a criança em locais de grande aglomeração, como shoppings, porque um segundo de desatenção basta para que a criança se perca. É importante também colocar alguma identificação na criança e, em caso de desaparecimento, deixar alguém de prontidão no local em que ela desapareceu porque, em caso de crianças perdidas, geralmente, elas voltam para o mesmo local”, explica.
 
Outro ponto importante para evitar o desaparecimento é a carteira de identidade do menor. “A família tem que providenciar logo a carteira de identidade da criança porque isso é extremamente importante para a sua localização. No caso de um sequestro, por exemplo, o autor pode fazer uma carteira de identidade para a vítima mas, se ela já tiver uma identificação, isso logo será constatado pela polícia”, conta.
 
Como proceder – Diferente do que se pensa, não é necessário esperar 24 horas ou mais para registrar um boletim de ocorrência de desaparecimento. O ideal é que o registro seja feito imediatamente para que a polícia já comece a agir e levantar informações como o círculo de convivência da criança e a sua rotina.
 
O registro de desaparecimento pode ser feito em qualquer delegacia, batalhão de Polícia Militar ou mesmo pela delegacia virtual. Posterior a isso, a família deve comparecer na Divisão Especializada de Referência a Pessoa Desaparecida (avenida Brasil,464, bairro Santa Efigênia) no caso de Belo Horizonte, para autorizar o uso da imagem do desaparecido para divulgação. Em outras cidades do Estado, o comparecimento presencial pode ser feito nas delegacias regionais.
 
Já para quem tiver informações a respeito de pessoas desaparecidas o contato pode ser feito presencialmente nas delegacias ou de forma anônima por meio do telefone 0800 28 28 97, válido para qualquer cidade do Estado.
 
Dados – Em 2014 Minas registrou 16.370 pessoas desaparecidas, das quais 6.933 são crianças e adolescentes. Naquele ano, 5.094 pessoas desaparecidas foram localizados. Já no ano seguinte, 2015, foram 13.985 pessoas desaparecidas no Estado, das quais 5.968 até 17 anos. Do total de desaparecidos, 4.494 foram localizados. Este ano, até o último dia 2, já são 4.376 pessoas desaparecidas, sendo 1.798 crianças e adolescentes. Ao todo, já foram localizadas 531 pessoas que estavam desaparecidas.
 
Já em Belo Horizonte, a cidade que contabiliza o maior número de desaparecidos no Estado, foram 3.349 desaparecidos em 2014, sendo 1.354 de crianças e adolescentes, 2.508 desaparecidos em 2015, dos quais 1.053 menores ou com idade de 17 anos, e este ano, até o dia 2 de maio, 688 desaparecidos, dos quais 269 crianças e adolescentes. Em 2014 foram 1.294 pessoas localizadas em BH, em 2015, 991, e este ano, 286.
 
A capital mineira é a cidade com o maior número de desaparecidos nos últimos anos. A soma dos registros de 2014, 2015 e 2016 até o último dia 2 é de 6.545. Em segundo lugar no ranking de desaparecidos está Uberlândia, com 1.761 registros somados nestes três anos e depois, está Contagem, que registrou neste mesmo período o total de 1.714 desaparecimentos.
 
O total de registros de desaparecimentos em todo o Estado nos anos de 2014, 2015 e 2016, até 2 de maio, é de 34.731, sendo que quase metade deste total, 14.717, corresponde ao desaparecimento de crianças e adolescentes.
 
 
Serviço
Evento em atenção ao Dia Internacional da Criança Desaparecida
Data: 21 de maio (sábado)
Horário: 9h às 12h
Local: Praça Floriano Peixoto (rua Domingos Vieira, 10, bairro Santa Efigênia)
Para tirar a primeira via da carteira de identidade da criança, os pais ou responsáveis devem levar: duas fotos 3X4 recentes da criança; certidão de nascimento original ou cópia autenticada; carteira de identidade do pai ou da mãe
 
 
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