Jacqueline Lopes Os problemas respiratórios, comuns no outono e inverno, já começam a modificar o perfil dos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). As doenças de verão como diarréia por exemplo, saem de cena e surgem as fortes gripes, viroses e até pneumonias. Além dos pacientes da Capital, crianças, homens, mulheres e idosos migram das cidades do interior e vêm para Campo Grande em busca de atendimento básico de saúde. Somente na UPA (Unidade Pronto-Atendimento) Valfrido Arruda, no Bairro Coronel Antonino, posto 24 horas, foram atendidos 3.685 pacientes de 1º até 11 de maio. No local, o Midiamax constatou que além da presença de pacientes de Campo Grande, muitas famílias eram de cidades do interior do Estado. Todos se justificam dizendo que só na Capital conseguem ‘atendimento digno’ de saúde. Segundo a enfermeira Raquel de Melo Macedo, Campo Grande é vista como tábua de salvação para muitos pacientes do interior. A unidade não sabe precisar a porcentagem de pacientes de fora da Capital porque muitos utilizam endereços de parentes para conseguir uma consulta e evitar assim indagações e mais burocracia no atendimento. De Rio Verde, a 195 quilômetros da Capital, a dona-de-casa Gislaine Marcolino da Silva, de 30 anos, veio de carona para Campo Grande. O filho Mariel, de dez meses, está com infecção no ouvido e não consegue dormir de tanta dor. “Aqui fui bem atendida e vou ainda para o Hospital Regional”, diz. Ela foi encaminhada pela UPA para que o filho seja levado à unidade hospitalar. Sem ambulância, com a criança ao colo ela aguardava a carona de um amigo. Os avós Eva Gomes da Silva, de 37 anos, e Antonio Carlos Vicente, de 38 anos, de Camapuã, a 140 quilômetros de Campo Grande, trouxeram o netinho Guilherme da Silva, de 4 anos, para a unidade 24 horas do Coronel Antonino. “Lá em Camapuã não tem médico bom. Esse menino está há uma semana com febre e não para de tossir”, explica a avó. Recursos O Fundo Nacional de Saúde encaminhou para Rio Verde e Camapuã, respectivamente, R$ 399 mil e R$ 237 mil. Somente este ano Campo Grande já recebeu do Fundo Nacional de Saúde R$ 65,8 milhões. Destes, R$ 46,3 milhões fazem parte do teto municipal da média e alta complexidade, ou seja, um dinheiro a mais para a cidade dar atendimento a pacientes de municípios próximos. A Capital tem socorrido gente de todos os extremos do Estado. O Ministério da Saúde frisa que o SUS (Sistema Único de Saúde) tem o dever de atender a todos os pacientes não importa origem e até nacionalidade. Assim como Campo Grande, as cidades chamadas pólos, por atenderem outros municípios também receberam recursos federais. Corumbá ficou com R$ 2,3 milhões sendo R$ 521,3 mil referentes ao teto. Já Dourados, R$ 15,3 milhões, sendo R$ 11,3 milhões do teto. Três Lagoas por sua vez teve r$ 3,8 milhões – R$ 2,3 milhões pelo fato de ser município pólo. Coxim, na região Norte, ficou com R$ 1,1 milhão sendo R$ 525,1 mil referentes ao teto. Gargalo O governador André Puccinelli (PMDB) enfrentou, quando prefeito da Capital, em duas administrações, o que chamava de principal gargalo da saúde, que era receber os pacientes vindos do interior. Hoje, frente ao governo estadual, ele diz que são várias frentes de trabalho espalhadas pelo Estado para garantir o atendimento à saúde nas regiões sem sacrificar Campo Grande. Entre elas, as reformas de hospitais e centros de atendimentos em Coxim e Chapadão do Sul, Nova Andradina e Dourados. Porém, Puccinelli não soube precisar os valores dos investimentos. Em 2007 o Ministério da Saúde destinou R$ 461,1 milhões para Campo Grande. Pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) os municípios e Estados devem ter investimento mínimo na saúde de 15 % . Outono O sistema de Saúde também está em alerta já que o outono anuncia além da queda da temperatura a chegada de problemas respiratórios como bronquite, asma, amigdalite, pneumonia e faringite. Nos postos de saúde a previsão é de que daqui para frente haja um aumento na procura por pediatras e especialistas pneumologistas. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) orienta a população a já tomar precauções para se proteger das doenças típicas deste período: agasalhar bem as crianças; ingerir bastante líquidos; retirar os agasalhos de frio e antes de usá-los colocar ao sol; manter uma bacia com água no quarto das crianças; ter uma boa alimentação O frio e o ar seco propiciam uma maior reprodução dos vírus e bactérias que entram no organismo pelas vias aéreas com mais facilidade causando as doença. As pessoas tendem a ficar mais juntas em locais fechados e essas doenças são transmitidas pela tosse e espirros. (fonte: jornal Midiamax – 12.05.2008)

Facebook Instagram
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.