Valdelice Bonifácio De posse de relatório elaborado pelo CRM-MS (Conselho Regional de Medicina) de Mato Grosso do Sul que expõe falta de pessoal e de equipamentos em hospitais de Campo Grande e Dourados, o deputado estadual, Pedro Kemp (PT), disse hoje que estudará juntamente com sua assessoria jurídica acionar o MPE (Ministério Público Estadual). “Pretendo analisar com meus assessores a possibilidade de confeccionar um novo documento composto pelos dados do CRM e encaminhar para os procuradores”, informou. Kemp discursou na tribuna da Assembléia, nesta manhã, sobre o assunto e disse que “a prioridade do poder público local não tem sido a saúde da população, mas sim a edificação de grandes obras”. O relatório foi elaborado com base em vistorias feitas nos três maiores hospitais de Campo Grande (Hospital Universitário, Hospital Regional e Santa Casa) e no Hospital de Urgência e Trauma de Dourados. Conforme o documento, a situação da saúde e o atendimento médico, principalmente de urgência, têm sido precarizado nos últimos cinco anos. “Há falta de materiais de consumo e de vagas nos Centros de Tratamento Intensivo (CTIs) – o que resulta na superlotação do pronto socorro e do pronto atendimento”, diz o relatório. Quando da visita na Santa Casa, por exemplo, os médicos observaram que a sala de emergência do Pronto Socorro estava com os seis leitos lotados. Os seis respiradores estavam funcionando, além de um improvisado, mas havia somente dois oxímetros (equipamento que afere a quantidade de oxigênio no sangue), em vez de sete. Também faltavam quatro monitores cardíacos. No HU, a situação era ainda mais grave. A fiscalização constatou a falta de equipamentos indispensáveis ao atendimento, como máscaras, gazes, luvas, eletrodos e intracath (agulha de plástico usada para aplicação de medicamentos). Os três leitos da sala de emergência do pronto atendimento estavam lotados, mas somente um paciente aguardava para ser transferido ao CTI. No Hospital Regional, na sala com estrutura para seis leitos, haviam 10 pacientes internados, sendo quatro em ventilação mecânica. Dos quais três aguardando vaga no CTI e um esperando transferência para a Unidade Coronariana. A fiscalização detectou deficiência no número de bombas de infusão, de oxímetros, esfigmomanómetro e macas. Em Dourados, o CRM-MS vistoriou no dia 26 de maio, o Hospital de Urgência e Trauma de Dourados, onde constatou a precariedade do atendimento prestado à população. Foi verificada a superlotação e a ausência de médicos assistentes, plantonistas e pediatras, além da dificuldade para o atendimento aos politraumatizados. Governo O líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Youssif Domingos (PMDB) disse que as obrigações do Estado e municípios são incompatíveis com as disponibilidades de recursos. “É triste sermos assediados pelo cidadão que não consegue vaga em hospital. Ele acaba se humilhando, na tentativa de obter aquilo que a Constituição determina que lhe seja de direito, a saúde pública. O maior erro foi ter transferido atribuições para as municipalidades sem que houvesse suporte financeiro. É por esta razão que a saúde no país está a beira de um caos”, afirma. (fonte: jornal Midiamax News – 10.06.2008)

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