Pesquisa encomendada pela Associação Médica Brasileira (AMB) indica que profissionais sentem sua autonomia preterida por medidas dos planos e seguros de saúde. Listam ainda os piores serviços. Mas operadoras contestam resultado, ao passo que o Sindicato dos Médicos do Ceará diz que a categoria é explorada. Os reclames são variados. De restrições quanto à realização de exames a problemas com prescrição de medicamentos de alto custo. Episódios que fazem 92% dos médicos de todo o Brasil declararem insatisfação com planos e seguros de saúde. O diagnóstico foi feito pelo Instituto Datafolha. Dos 2.184 entrevistados, 20% disseram que todas as operadoras para as quais trabalham interferem diretamente na autonomia profissional. Outros 32% disseram que a maioria interfere, enquanto 28% disseram que boa parte interfere, 13% disseram que são raros os que interferem – totalizando 92% dos médicos ouvidos. Apenas 8% disseram que nenhum plano de saúde interfere. As principais queixas são de não pagamento por procedimentos ou medidas terapêuticas – a chamada glosa. A média nacional deste tipo de ocorrência foi de 78%. No Nordeste, a taxa é a mesma. Com 75%, aparecem as críticas sobre o número máximo de realização de exames e procedimentos, ao passo que 70% dos médicos citaram as restrições a tratamentos de doenças pré-existentes ao plano. Os protestos englobaram ainda a exigência de atos diagnósticos e terapêuticos serem feitos mediante designação de auditores (70%); problemas no tempo de internação dos pacientes (55%); delimitação nas prescrições de medicamentos de alto custo (49%) e limites ao período de internação em pré-operatórios (48%). Desempenhos Cada entrevistado elencou mais de uma reclamação. E também indicou os piores planos do País, de cada região e de cada estado. Nacionalmente, a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) e a Fundação de Seguridade Social (Geap) foram eleitos os piores. No Nordeste, Hapvida e, novamente, Geap. No Ceará, o Hapvida teve a pior avaliação. Nas sete críticas feitas pelos médicos, o plano aparece em todas. A Unimed Fortaleza consta em três (internação em pré-operatório, prescrição de medicamentos de alto custo e doenças pré-existentes), enquanto a Camed é tida como péssima no tocante às doenças pré-existentes. Para 94% dos médicos, os planos brasileiros merecem nota cinco; para 5%, nota zero e, para 1%, nota nove ou dez. E agora ENTENDA A NOTÍCIA As articulações da categoria seguem no Congresso Nacional para que uma lei seja criada no sentido de acabar com as restrições. Mas os próprios médicos dizem ser difícil isto acontecer, diante do perfil dos dirigentes da ANS. SAIBA MAIS O Datafolha ouviu 2.184 médicos de todas as regiões do Brasil nos dias 23 e 24 de agosto. As entrevistas foram todas feitas por telefone. O presidente da AMB, José Luiz Gomes do Amaral, tacha o atual sistema de perverso. “A matemática é aplicada com finalidade de reduzir custos. Um dos exemplos é o pagamento de bônus para médicos que não pedirem exames complementares”, revelou. No Nordeste, a maior queixa dos médicos é quanto às restrições no número de exames e procedimentos. 79% dos 518 entrevistados fizeram a reclamação. A maioria dos entrevistados é do Sudeste: 793, que corresponde a 55%. Fonte: O Povo On Line

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