Representantes da classe médica e dos estudantes de Medicina participaram, nesta segunda-feira (28), na sede do Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) de um debate sobre o Sistema de Acreditação de Escolas Médicas (Saeme) lançado, em junho de 2015, pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Educação Médica (Abem).

O debate foi presidido pelo presidente do CRM-ES, Aloizio Faria de Souza, e os debatedores foram o presidente do CFM, Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, e o professor da Universidade Federal de São Paulo (USP), Milton de Arruda Martins.

Vital esclareceu a importância do sistema de acreditação para qualidade do ensino médico brasileiro e afirmou a necessidade desse trabalho ser feito por instituições independentes, sem qualquer vínculo com as esferas de governo. Ele frisou também que o Saeme não é conflitante com as provas para avaliação dos egressos, no entanto, o CFM defende que os estudantes sejam avaliados de forma contínua, ou seja, ao longo do curso de Medicina para que seja possível corrigir distorções ao longo dos estudos.

Assim como Vital, o professor Milton de Arruda Martins defende a acreditação independente e esclarece que não existe um curso ideal. “Todos têm suas deficiências, limitações e também suas qualidades. Com esse trabalho esperamos que ocorra uma troca de experiência entre as escolas médicas”, informou.

A ideia é de que, em breve, a acreditação seja fundamental para que o curso seja socialmente reconhecido. “Estamos trabalhando para a qualidade na formação profissional”, resumiu Arruda.

O presidente do CRM-ES, Aloizio Faria de Souza ressaltou, ao final do debate, que esse é um tema de suma importância para a qualidade do ensino médico brasileiro e que precisa ser enriquecido e difundido. “A independência das instituições acreditadoras é fundamental para o sucesso do trabalho”, finalizou.

O exame – O trabalho de acreditação começou a ser implantado no final do ano passado em 31 instituições públicas e privadas, representantes de todas as regiões brasileiras. No que diz respeito ao Espírito Santo, nenhuma faculdade se inscreveu no Saeme. A previsão é de as primeiras provas sejam aplicadas entre novembro e dezembro deste ano.  A meta é deque, em 2017, todo o sistema esteja plenamente implantado no País.

Atualmente, o Espírito Santo possui cinco faculdades de medicina, sendo uma pública e quatro particulares. Por ano são oferecidas 500 vagas e a mensalidade das instituições privadas custa, em média, R$ 4,5 mil. 

O professor da USP Milton Arruda Martins relatou que as escolas avaliadas receberão selos de suficiente ou insuficiente

O professor da USP Milton Arruda Martins relatou que as escolas avaliadas receberão selos de suficiente ou insuficiente

Os critérios de avaliação reúnem cinco dimensões: Gestão Educacional, Programa Educacional, Corpo Docente, Corpo Discente e Ambiente Educacional. Cada um possui seus indicadores que resoltam em  conceitos de suficiente ou insuficiente.  

Segundo Milton Arruda, não haverá um  ranking de melhores escolas, mas selos de suficiente ou insuficiente. A ideia, reforçou ele, é qualificar e não fechar estabelecimentos de ensino médico.

Dados do Ministério da Educação mostram uma piora dos cursos de medicina no Brasil. Em 2010, de 177 avaliados, 13% tiveram nota 2 (insatisfatória), em escala de 1 a 5. Em 2013, de 154 avaliadas, 17,5% tiveram essa mesma nota. 
O objetivo das entidades médicas é fazer com que o Sistema de Acreditação seja reconhecido como parâmetro pela sociedade para atestar a qualidade dos cursos de Medicina no Brasil. Até o momento, a adesão das escolas médicas ocorre de forma voluntária. Para o próximo ano, as inscrições deverão ser pagas pelas instituições a serem avaliadas.

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