Ângela Kempfer Os relatos de quem está dentro do sistema de saúde de Campo Grande são alarmantes. Entre os exemplos para mostrar à população o tamanho do caos nos principais hospitais que atendem ao SUS aparecem detalhes do dia-a-dia, como equipe médica com dificuldades até de se locomover em corredores superlotados com pacientes. O presidente do Conselho Regional de Medicina, Antônio Carlos Bilo,em coletiva à imprensa hoje, fez declarações pouco alentadoras diante de um quadro que se estende há anos. “É desumano, degradante, a pessoa chegar no pronto-socorro com a necessidade de ser encaminhada para outro setor, mas acabar ficando ali mesmo”. Alerta sobre falta de vagas em UTIs foi feito há dois anos e se repete em 2009, com 29 pacientes ontem esperando uma vaga no setor que atende casos de urgência. Até terça-feira eram 16 na Santa Casa e 13 no Hospital Regional. “O médico, à frente desse processo, está totalmente angustiado com a impossibilidade de atender a população da forma adequada”. O que nunca foi novidade, agora ainda está pior, conforme recentes relatórios dos médicos fiscais que passaram pelo Pronto Atendimento nos três maiores hospitais de Campo Grande: HR, HU e Santa Casa. “A situação piorou como um todo, o que nos dá mostras de que o estado de coisas hoje é um verdadeiro estado de guerra, o que não acontece somente aqui em Campo Grande, mas no Brasil inteiro”, conta Bilo. O CRM diz que falta de dinheiro não é o único problema, que envolve gestão desastrosa. “Sabemos dos investimentos, mas vemos que são insuficientes e que há problemas sérios de gestão”. As vistorias foram feitas nos dias 1º de maio na Santa Casa e 19 de maio no HR e HU e os relatórios encaminhados ao Ministério Público Estadual e Federal, solicitando providências. “Esperamos ter sensibilizado o MP e os gestores públicos porque é uma questão de se poupar vidas”, diz o presidente do CRM. Essa não é a primeira vez que MPE e MPF são acionados, mas sem resultado efetivo na melhoria do atendimento. “A população acaba não sendo atendida como deve ser e o médico tem péssimas condições de trabalho. Já houveram manifestações do MPE dizendo que realmente o paciente é atendido, mas que a responsabilidade é do gestor da saúde pública, o que concordamos totalmente. Por isso que estamos alertando a população, para que possa perceber que apesar das péssimas condições de trabalho, temos três relatórios que atestam isso [HU, HR e Santa Casa] , os atendimentos, com toda a dificuldade e superlotação, estão sendo feitos”, defende Bilo. (fonte: jornal online Campo Grande News – 03.06.09)

Facebook Instagram
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.