A crise nos hospitais de Campo Grande também afeta pacientes que possuem planos de saúde ou pagam por atendimentos particulares. A Santa Casa da Capital é a única unidade hospitalar do Estado que oferece algumas especialidades e, por isso, os enfermos que pagam pelo atendimento acabam prejudicados. A Santa Casa, como hospital filantrópico, deveria atender apenas 70% de casos do Sistema Único de Saúde (SUS) e destinar o restante das vagas para pacientes de casos particulares. Entretanto, o número de pessoas atendidas na rede pública tem sido cada vez maior. A sobrecarga ocorre, principalmente, por conta dos acidentados e vítimas de outros tipos de traumas. O Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) encaminham pacientes vítimas de acidentes de trânsito apenas pará: a Santa Casa ou hospitais Públicos (Hospital Regional e Hospital Universitário, que também tem sofrido com a superlotação). O Coordenador do Samu, Eduardo Cury, afirma que o paciente precisa ser levado à Santa Casa na maioria dos casos, mesmo que possua convênios. “A Santa Casa é o único hospital que tem condições de receber. Os outros hospitais nem sempre têm médicos especialistas de plantão”, afirma. A Santa Casa conta, no total, com 604 leitos, sendo 131 deles destinados a atendimentos de convênios ou particulares e outros 394 para o Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, as 79 vagas da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisam ser divididas entre todos os pacientes. Aqueles que são considerados de urgência e que possuem convênios ou vão pagar pelo atendimento entram no hospital pelo Prontomed, que fica na Rua 13 de Junho. Os que são atendidos pela rede pública de saúde ficam no Pronto-Socorro, na entrada da Rui Barbosa, Problemas O presidente do Conselho Regional de Medicina em Mato Grosso do Sul (CRM-MS), Sérgio Renato de Almeida Couto afirmou que a crise já está afetando os pacientes de convênios e particulares, porque os usuários não têm muitas opções no caso de atendimentos de alta complexidade. Por isso, são encaminhados à Santa Casa. O hospital é referência hoje para atender casos de pacientes queimados, neurocirurgia, traumas, oftalmologia e casos-cardíacos. “Os pacientes de convênios utilizam leitos montados pelo Poder Público. Eles também precisavam oferecer estrutura para atender alta complexidade”, afirma. Em alguns casos, a demanda de particulares que precisam procurar o hospital também favorece para a superlotação de alguns setores. São apenas três vagas no setor de emergência e já houve casos de pacientes terem de aguardar na parte de emergência do SUS, que tem seis leitos. “Na emergência da parte particular há três respiradores que já estão muito precários. Não há nem peças para reposição no mercado”, diz. Eles não chegam a ficar nos corredores porque são colocados em leitos destinados especialmente na parte particular. Entretanto, os pacientes também enfrentam dificuldade porque o setor de emergência chega a atender acima da da capacidade. “Quando começa a lotar a sala de emergência do pessoal particular, eles ocupam os espaços do SUS. Aquela sala também fica lotada”, afirma. A procura pela Santa Casa ocorre, principalmente , pelo número de especialistas que ficam 24 horas no hospital. “São 20 especialistas diferentes que ficam o dia todo no hospital para atender pacientes. É o Hospital que tem estrutura para tudo em atendimento de urgência”, afirma. Convênio Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), existem 218 mil usuários de planos de saúde em Mato Grosso do Sul, sendo aproximadamente 200 mil somente em Campo Grande. A Cassems informou, por meio de assessoria de imprensa, que seus pacientes não são prejudicados pela crise enfrentada nos hospitais porque eles não concorrem a vagas junto com pacientes do SUS. A reportagem também entrou em contato com a Unimed, por meio da assessoria de imprensa, mas não recebeu retorno até o fecha mento da matéria. (fonte: jornal O Estado de Mato Grosso do Sul – 30.07.2008)

Facebook Instagram
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.