O Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) cobrou do secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, providências urgentes em relação à crise da obstetrícia na Bahia. O presidente José Abelardo Garcia de Menezes formalizou a cobrança através do Ofício nº 58/2016, encaminhado ao titular da pasta estadual. 
 
A falta de leitos e profissionais para atendimento aos pacientes e a superlotação, de acordo com o presidente do Cremeb, foram relatados por médicos de diferentes unidades de saúde. 
 
“Encarecemos a atenção dessa pasta para a crise obstétrica neste estado, especialmente, na capital baiana, esperando que medidas efetivas possam ser adotadas visando evitar prejuízos não apenas para os médicos e demais profissionais de saúde, mas sobretudo para os pacientes”, escreveu José Abelardo Garcia de Menezes.
 
A Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) relatou que recebeu o ofício do Conselho nesta quarta-feira (6) e imediatamente se reuniu com representante do Cremeb.
“O Conselho Regional de Medicina da Bahia entregou uma carta ao secretario da saúde comunicando excesso de demanda nas maternidades Tsyla Balbino e Climério de Oliveira. A Central Estadual de Regulação está trabalhando a fim de que haja a realocação de pacientes para as demais maternidades do estado. 
 
É preciso ressaltar que o Governo do Estado vem assumindo a assistência integral ao parto no município de Salvador, ainda que lhe caiba apenas os casos de alto risco. A maioria dos municípios do interior, mesmo aqueles com menos de 20 mil habitantes, possui alguma maternidade”. 
 
A falta de uma maternindade própria da capital, de acordo com a Sesab, tem prejudicado sensivelmente o atendimento. 
 
“Salvador ainda não possui uma única maternidade própria o que tem sobrecarregado as maternidades estaduais, prioritariamente destinadas a casos de alto risco. Não fossem as maternidades públicas mantidas pelo Estado, a exemplo da Tsylla Balbino, Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba), Albert Sabin, José Maria de Magalhães, João Batista Caribé e Roberto Santos, os soteropolitanos que nascem todos os anos e precisam do Sistema Único de Saúde (SUS) viriam à luz em outros municípios. 
 
Apenas em 2015, somente na rede própria do estado, mais de 40 leitos foram abertos em maternidades e nas próximas semanas serão inaugurados vinte novos leitos de UTI Neonatal no Hospital Geral Roberto Santos”, alegou, através de nota oficial.
 
Apesar de alegar a ampliação do número de vagas, a Sesab admite que a demana supera a oferta de leitos. Por fim, a Sesab alega que, para discutir a questão, encontros periódicos continuam a ser realizados para melhorar o atendimento. 
 
“Recentemente o HGRS ampliou o número de leitos da ala de Cuidados Intermediários Neonatais Convencionais (UCINCo) a partir de uma série de mudanças estruturais, a exemplo da renovação de alvenaria, piso e teto, além do mobiliário, permitindo a total readequação do espaço físico. Ainda que haja este esforço de ampliação da rede, a demanda supera a oferta de leitos. Estão previstos ainda 20 milhões de reais para duplicação da capacidade do João Batista Caribé e mais 60 milhões na requalificacao de 25 maternidades em todo o estado.
 
Reuniões periódicas são realizadas com entidades de classe, a exemplo da que ocorreu nesta segunda-feira (6) com o Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb). A obstetrícia foi um dos assuntos abordados e há o consenso que os municípios da região metropolitana com destaque para a capital Salvador  devem ampliar a sua capacidade de atendimento dos partos de risco habitual a fim de que as maternidades estaduais, referência nos casos de alto risco, sejam ocupadas por gestantes com este perfil”, concluiu a Sesab.
 
 
Fonte:  Bocão News
 
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