Jorge Franco com informações da assessoria A Core-MS (Coordenação Regional em Mato Grosso do Sul) da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), enviou oito profissionais de saúde indígena à Amazônia para auxiliar nas ações no Vale do Javari, no Amazonas. A equipe foi convocada pelo Desai (Departamento de Saúde Indígena) da presidência da Funasa. A primeira fase da missão teve início dia 19 de abril com a participação dos profissionais de saúde de Mato Grosso do Sul. O objetivo foi realizar o diagnóstico do perfil nutricional da população, diagnóstico de saúde bucal, imunização, avaliação da infra-estrutura de saúde e caracterização das principais endemias presentes na região, como a malária, hepatite, tuberculose, leishmaniose e verminoses. A operação busca o combate de endemias em áreas indígenas de difícil acesso. As ações são executadas pela Funasa em parceria com a Funai (Fundação Nacional do Índio), Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), Ministério da Defesa (Forças Armadas), prefeituras municipais e Secretaria de Estado do Amazonas. O levantamento epidemiológico e situacional de saúde das aldeias do Pólo-base de Vida Nova, no Alto Ituí, foi realizado pelo coordenador das equipes de saúde de MS, Zelik Trajber, juntamente com profissionais de Mato Grosso do Sul e Amazonas. O Vale do Javari fica no extremo ocidente do Amazonas, uma das regiões com população indígena mais dispersa do país. Os indígenas estão espalhados em uma área de 8,5 milhões de hectares, o equivalente ao Estado de Santa Catarina. São 50 aldeias, com 611 famílias (aproximadamente 3,7 mil indígenas) das etnias Marubo, Mayoruna, Kanamari, Matis, Kulina e Korubo. Elas são atendidas pelo Distrito Especial de Saúde Indígena Vale do Javari. A equipe de Mato Grosso do Sul, na primeira fase da missão, foi liderada por Zelik Trajber e fixou-se no Pólo-base de Vida Nova, responsável pelo atendimento de 11 aldeias da região do Alto Ituí sendo estas: Água Branca, Paraná, Nova Esperança, Maloca do Paulinho, Liberdade, Carneiro, Vida Nova, Praia, Alegria, Mancio Lima e Pentiaquinho, somando um total de 578 indígenas. A distância estimada deste Pólo à cidade de Cruzeiro dos Sul é de 726 Km e o acesso é apenas através de navegação fluvial ou por helicóptero. A equipe contou com dois médicos, dois enfermeiros, um odontólogo, um nutricionista, um farmacêutico e bioquímico, um auxiliar de consultório odontológico, dois técnicos em laboratório, três auxiliares de enfermagem um agente de endemias, dois barqueiros, um funcionário da Funai e 12 soldados do Exército Brasileiro. O atendimento teve início com a sensibilização da comunidade, agendamento das ações, organização da população por família, consultas médicas, consultas odontológicas, consultas de enfermagem, exames laboratoriais e distribuição de medicamentos. Durante 20 dias na selva, foi possível conhecer bem as áreas em volta das aldeias. Segundo Zelick, “existe como melhorar as condições de saúde das populações indígenas em áreas de difícil acesso, como a Amazônia, desde que haja a reformulação das condições de trabalho das equipes (transporte mais ágil, energia solar, água potável, alojamentos). Hoje existem regiões que demoram mais de dez dias de viagem de barco para serem alcançadas”, afirma. A equipe observou que, pela localização na selva, os indígenas não tem facilidade de acesso a produtos industrializados, sobrevivendo da caça, pesca, diversos tipos de frutas tropicais e o plantio de batata, mandioca e milho. Segundo a responsável pelo Sistema de Vigilância Nutricional e Saúde da Criança em Mato Grosso do Sul, Sheila Gomes do Prado, não existem indícios clínicos de anemia. “No Javari não detectamos desnutrição nem alcoolismo ou problemas sociais semelhantes, encontrados nas aldeias próximas à população urbana. Ao mesmo tempo, a distância dificulta as ações de saúde na região. Uma experiência maravilhosa de trabalho e de vida”, destacou a nutricionista. (fonte: jornal Midiamax News – 05.06.2008)

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