O Conselho Federal de Medicina (CFM) reiterou seu apoio ao projeto Saúde + 10, que prevê o aumento da vinculação de repasses da União para o financiamento da rede pública no país. A confirmação do engajamento a esta proposta ocorreu durante a inauguração do Comitê Central da campanha do candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos. Na solenidade, realizada em São Paulo, o presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila, discursou em nome de todas as entidades e grupos da sociedade civil organizada que têm apoiado à proposta e que ajudaram a juntar mais de dois milhões de assinaturas que viabilizaram o projeto de iniciativa popular sobre o tema.

“A saúde passa por um momento de crise profunda. Precisamos de mais recursos e também de melhor gestão para tornar o SUS uma realidade”, enfatizou d’Avila. Em sua participação, ele lembrou que a grande maioria dos 400 mil médicos quer mudança na forma de fazer política no Brasil e espera contribuir para esta renovação ocorra. “Cada um tem o direito de expressar sua posição ideológica. No entanto, as pesquisas mostram que a população exige mudanças na gestão pública”, lembrou.

Pessoal – Roberto d’Avila ressaltou que seu posicionamento é de caráter pessoal, mas recomendou aos colegas que evitem apoio a lideranças ou políticos que não expressem compromisso com a saúde e que tenham optado pelo caminho de tornar o médico culpado pelos numerosos problemas na assistência. Acompanhado pela sua vice, Marina Silva, o ex-governador Eduardo Campos elogiou o posicionamento do presidente do CFM e assumiu o compromisso de, se eleito, discutir pontos importantes para a gestão da saúde no Brasil.

Segundo ele, há dinheiro no Orçamento da União para melhorar o investimento na assistência, como quer o movimento Saúde + 10. Outras metas são a criação de uma carreira pública para o médico do SUS e o estabelecimento de canais de diálogo com as entidades representativas da categoria para encontrar respostas aos problemas que afligem o atendimento e o ensino médico. “Vamos fazer uma política pública com os médicos, respeitando os direitos”, disse. “É dizer sim à saúde, e não ao desperdício, à corrupção”, acrescentou.

Em seu discurso, Campos voltou a criticar o Mais Médicos, uma das bandeiras do atual Governo. “Nunca imaginei que era possível fazer uma política pública de saúde criminalizando os médicos ou jogando o povo contra os médicos brasileiros. Vamos fazer uma política pública com os médicos, com todos os profissionais de saúde, formando brasileiros no interior do Brasil para cuidar dos brasileiros; ampliando, nas universidades públicas, a formação, não só na graduação, mas nas especialidades que o Brasil precisa. E em debate com suas entidades, respeitando o que há de organizado, e não impondo à sociedade, como se faz quando os governos não acreditam no diálogo.”

Facebook Instagram
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.