15 hansenologiaA Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) reunirá mais de cem palestrantes no 15° Congresso Brasileiro de Hansenologia, em Palmas (TO), de 13 a 17 de novembro. A programação é acessível no site do evento www.sbhansenologia.org.br/congresso2018, onde é possível fazer inscrições.

O Congresso da SBH é realizado tradicionalmente a cada três anos e, nos dois anos intermediários, acontece o Simpósio Brasileiro de Hansenologia. Em 2017, o Congresso aconteceu em Belém (PA) e a edição de 2020 foi antecipada para este ano em comemoração aos 70 anos da SBH.

O exame de suficiência para os médicos interessados em obter o “Certificado de Área de Atuação em Hansenologia” também será realizado em novembro, em Palmas. Podem pleitear a certificação de hansenólogo os médicos das seguintes áreas e que tenham título de especialista pelas respectivas sociedades médicas: Clínica Médica, Dermatologia, Infectologia, Medicina de Família e Comunidade, Medicina Preventiva e Social, Neurologia. As inscrições podem ser feitas pelo site.
O congresso vai debater temas ligados a pesquisa, políticas de saúde, tratamentos, direitos humanos, história etc. Até o momento, estão confirmados 13 palestrantes internacionais. Junto com os pesquisadores brasileiros, figuram entre os maiores especialistas mundiais no assunto. A organização do congresso informa que ainda confirmará outros pesquisadores renomados antes do evento.

Cenários da hanseníase no Brasil – Tocantins, Pará, Mato Grosso, Maranhão, Roraima e Mato Grosso do Sul são os estados brasileiros com os maiores índices de hanseníase. A Organização Mundial de Saúde (OMS) entende que a doença está sob controle em uma região com “até” 1 caso/10 mil habitantes de prevalência. Porém, a SBH alerta que existe uma endemia oculta no Brasil – o número de doentes pode ser de três a cinco vezes maior que os dados oficiais.
O Brasil diagnostica oficialmente, a cada ano, cerca de 30 mil casos novos de hanseníase – mais ou menos a mesma quantidade de casos novos de HIV ou aids. Hanseníase tem cura e tratamento gratuito em todo o país. Mas os diagnósticos ainda dependem muito das ações de busca ativa – quando profissionais da saúde organizam campanhas ou mutirões em regiões de alta endemicidade para avaliar a população e os contatos (amigos próximos, parentes) dos casos confirmados de hanseníase. Muitos doentes de hanseníase não são diagnosticados nas unidades de saúde e quando a doença é descoberta o paciente já apresenta sequelas incapacitantes irreversíveis.
A SBH defende que o tema volte a ser tratado nas salas de aula, desde os primeiros anos escolares, que receba atenção especial nos cursos de formação de profissionais de saúde, que os profissionais da atenção básica recebam treinamentos de capacitação e que a população seja alertada para sinais, sintomas e tratamento da hanseníase.

Convidados estrangeiros – Bernard Naafs (Tanzânia) é um dos maiores especialistas mundiais em doenças de pele, com 10 anos de experiência em diferentes países africanos.

Peter Steinmman (Suíça) é epidemiologista, especialista em saúde pública com trabalho relacionado a doenças tropicais negligenciadas e saúde pública, extensa experiência em gestão e coordenação em projetos de pesquisa e assistência técnica, viveu e trabalhou na China por vários anos, atuando no Instituto Nacional de Doenças Parasitárias, em Xangai. Hoje tem sua base na cidade da Basileia, no Instituto de Saúde Pública e Doenças Tropicais da Suíça.

Annemiek Geluk (Holanda) é professora de imunodiagnóstico de doenças infecciosas micobacterianas, hanseníase e tuberculose na Leiden University (Holanda). Seu grupo de pesquisa no LUMC (moderno centro médico universitário de pesquisa, educação e atendimento ao paciente na Leiden University) atua como o centro nacional de referência para o diagnóstico sorológico de rotina da hanseníase e fornece esse serviço também na Europa.

Ann Aerts (Suíça) é diretora da Fundação Novartis desde janeiro de 2013, mestre em Saúde Pública pela Universidade de Leuven (Bélgica), formada em Medicina Tropical pelo Instituto de Medicina tropical em Antuérpia (Bélgica). Em 2014, foi nomeada pela revista PharmaVOICE como uma das 100 pessoas mais inspiradoras da indústria de ciências da vida.

Fareed Mirza (Reino Unido) é DPhil em Imunologia pela Universidade de Oxford (Reino Unido), mestre em Imunologia pelo Imperial College (Reino Unido), chefe de pesquisa da Fundação Novartis, com extensa experiência em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de drogas, cientista PhD na Universidade de Oxford, com trabalhos em pesquisa de vacinas.

Arielle Cavaliero (Suíça) é gerente de projetos na Fundação Novartis, coordena o projeto de hanseníase no Camboja com a Fundação CIOMAL (Campagne Internationale de l’Ordre de Malte Contre la Lèpre), fundação suíça que visa a combater a hanseníase e todas as formas de exclusão associadas à doença ou às suas deficiências em todo o mundo. Trabalha com parceiros internacionais em projetos que visam à eliminação desta doença. Trabalhou na Organização Mundial de Saúde em Pequim e em Genebra. Bacharel em Relações Internacionais e Negócios, mestre em Saúde Pública pela London School of Hygiene and Medicina Tropical.

John Spencer (EUA) há mais de 20 anos trabalha para o NIH / NIAID (Instituto Nacional de Saúde / Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas), nos Estados Unidos, com trabalhos de pesquisa em hanseníase na Colorado State University. Nos últimos sete anos, colaborou com um consórcio internacional de pesquisadores em hanseníase no Brasil, Holanda e Suíça para desenvolver um teste rápido para hanseníase. Pesquisa mecanismos para identificar os tipos de linhagens de M. leprae, resistência a drogas e infecção zoonótica em tatus no Brasil.

Alice Cruz (Portugal) é relatora especial das Nações Unidas para a eliminação da discriminação contra pessoas afetadas pela hanseníase e seus familiares, nomeada em novembro/2017 pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, professora da Faculdade de Direito da Universidade Andina Simón Bolívar (Equador). Apresentou trabalho de doutorado em Sociologia sobre dimensões biossociais da hanseníase identificando, em países onde a hanseníase é uma doença endêmica negligenciada e em países onde é uma doença importada e rara, as diferentes barreiras ao acesso ao diagnóstico precoce e ao atendimento de alta qualidade. Cruz participou da elaboração das Diretrizes da OMS para o Fortalecimento da Participação das Pessoas Afetadas pela Hanseníase nos Serviços de Hanseníase. Atuou como membro do Conselho da Associação Internacional de Hanseníase (2014-2016), realizou trabalho de campo em Portugal, Brasil, África do Sul, Bolívia (Estado Plurinacional) e Equador, pesquisou sobre a eliminação da hanseníase e estigma.

Miguel Viveiros (Portugal) é professor catedrático com Agregação em Ciências Biomédicas (Especialidade Microbiologia) na Unidade de Microbiologia Médica do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade NOVA de Lisboa.

P. Narasimha Rao (Índia) é presidente da Associação Indiana de Dermatologistas, Venereologistas e Leprologistas

Takahiro Nanri (Japão) é diretor executivo da Sasakawa Memorial Health Foundation desde 2017. Também é professor associado de estudos de desenvolvimento comunitário na Atomi University (Japão). Desenvolve atividades sociais como membro do conselho da Sasakawa India Leprosy Foundation e é membro do conselho da Japan Society of Social Design Studies. É Ph.D. em Desenvolvimento Comunitário.

Sander Timmer (Bélgica), PhD, gerente de soluções industriais na equipe mundial de Saúde e Ciências da Vida da Microsoft, PhD em Big Data Biology e Genomics da Universidade de Cambridge e do Instituto Europeu de Bioinformática.

15° Congresso Brasileiro de Hansenologia
Local: Centro de Convenções Arnaud Rodrigues
Endereço: Plano Diretor Sul, Palmas (TO)
Data: 13 a 17 de novembro de 2018
Informações: www.sbhansenologia.org.br/congresso2018

Fonte: SBH

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