Descoberta pode representar avanço na busca por uma vacina contra a aids

Cientistas conseguiram acompanhar pela primeira vez a cadeia completa de produção de anticorpos eficazes contra todos os tipos de HIV. A descoberta, feita com análises periódicas em um paciente infectado com o vírus que conseguia neutralizar a doença, foi descrita em um artigo publicado na revista Nature nesta quarta-feira e pode representar uma etapa importante para estudos que buscam uma vacina contra a aids.

Analisando ao longo de três anos amostras de sangue de um homem africano infectado com o HIV, os pesquisadores conseguiram acompanhar toda a produção dos chamados “anticorpos amplamente neutralizadores” (BnAbs), aqueles capazes de atacar diferentes cepas do vírus. De acordo com Barton Haynes, diretor do Instituto de Vacina Humana da Universidade Duke, que chefiou a pesquisa, essa informação poderá ser usada como uma diretriz para induzir a produção desses anticorpos, nos moldes de uma vacina preventiva.

Dificuldades — Um dos maiores obstáculos aos desenvolvedores de vacinas contra a aids é que, como o vírus HIV sofre mutações muito rapidamente, ele fica menos exposto ao ataque de anticorpos e é difícil criar uma vacina que reconheça formas do vírus suficientes para ser eficaz.

O indivíduo estudado pertence ao grupo de cerca de 20% das pessoas infectadas com o HIV cujo sistema imunológico naturalmente produz os anticorpos amplamente neutralizantes. Porém, isso só acontece de dois a quatro anos após a infecção e não ajuda o hospedeiro que irá desenvolver a doença se não for tratado com medicamentos antirretrovirais.

“Quando os anticorpos neutralizadores são produzidos, eles não ajudam a pessoa já infectada. A ideia, no entanto, é: se estiverem presentes antes da infecção, eles podem evitar a infecção ou a inserção do material genético do vírus no material genético do hospedeiro”, explicou Haynes.

Nesta pesquisa, os cientistas isolaram um anticorpo denominado CH103 e descobriram que ele foi ativado por um envoltório de proteína específico encontrado em uma forma de baixa mutação do vírus HIV. Isso significa que os anticorpos podem ser estimulados para responder à presença desta proteína ou outras similares no vírus.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 34 milhões de pessoas no mundo estão infectadas com o HIV.

 Fonte: Veja On Line

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