O Conselho Federal de Medicina (CFM) manifesta publicamente seu absoluto repúdio a mais um caso de extrema violência registrado contra médicos no País. Na manhã desta terça-feira (10), a geriatra Gisele Mendes, superintendente de saúde do Hospital Naval Marcílio Dias, na Zona Norte do Rio de Janeiro, morreu após ser atingida por um tiro na cabeça enquanto trabalhava na unidade.
De acordo a Marinha, a médica militar foi atingida no hospital, que fica no complexo de favelas do Lins, durante uma operação policial na região. Esse inadmissível e trágico episódio reforça a necessidade de medidas urgentes para conter a escalada de violência e insegurança no País.
De forma veemente, o CFM cobra do Estado uma investigação rigorosa a fim de esclarecer as circunstâncias do ocorrido hoje. A segurança da população brasileira não pode ser colocada em risco por operações que não garantem a integridade dos cidadãos, expondo ao risco e levando à morte também profissionais e pacientes em ambientes de saúde.
O CFM tem reiterado seus esforços junto aos gestores públicos e privados em defesa de um ambiente de saúde seguro tanto para os médicos e às equipes de saúde quanto para a população, que necessita de serviços hospitalares.
Situações de violência em regiões onde se oferece assistência devem ser combatidas por todos. O aumento da segurança com ações planejadas, a celeridade da Justiça na punição de criminosos e a adoção de medidas de caráter preventivo e educativo devem ser políticas ostensivas de Estado. Essas são reinvindicações de toda a sociedade.
Assim, diante de mais um episódio de violência contra a vida de uma cidadã que trabalhava em prol do bem coletivo em decorrência da falta de providências por parte dos gestores, o CFM manifesta seu imenso pesar e sua solidariedade aos familiares e amigos da médica Gisele Mendes, que atuava no compromisso de defesa da saúde.
Nos espaços onde se cuida da saúde deve prevalecer o respeito e a paz.