O câncer de intestino representa uma das principais causas de morte por câncer no Brasil, tendo levado à óbito mais 20 mil pessoas em 2020, segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do DATASUS. Embora prevenível por meio de métodos diagnósticos acessíveis, como o teste de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia, a doença permanece como grande desafio para o sistema de saúde brasileiro, já que 85% dos casos são diagnosticados em fase avançada. Quando diagnosticada precocemente, essa doença tem 90% de chances de cura.

Em resposta a essa realidade, a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) se uniram novamente em torno da campanha nacional Março Azul, que busca conscientizar sobre a doença. O Conselho Federal de Medicina (CFM) apoia a campanha, que este ano tem como lema “Médico e paciente: uma parceria que salva vidas! Juntos na prevenção do câncer de intestino.”

“A mensagem principal do Março Azul é mostrar a importância da prevenção do câncer de intestino. Está provado cientificamente que a remoção de pólipos adenomatosos realizada durante a colonoscopia previne e evita o surgimento do câncer de intestino. Então, mais que o diagnóstico precoce, que também é importante e salva vidas, precisamos conscientizar a população sobre a prevenção”, ressalta o presidente da SBCP, Helio Moreira.

Os principais sintomas da doença incluem alterações recentes no hábito intestinal, como diarreia ou constipação que não se resolve espontaneamente ou com medicação, presença de sangue nas fezes, cólicas abdominais persistentes, dor durante a defecação e/ou sensação de evacuação incompleta, redução do apetite e anemia.

“Por isso é fundamental estar atento a esses sinais e procurar avaliação médica para um diagnóstico precoce e tratamento adequado. Alguns pacientes podem não apresentar qualquer tipo de sintoma nas fases iniciais da doença, o que torna mais importante a utilização de exames diagnósticos como a pesquisa de sangue oculto nas fezes e colonoscopia para diagnóstico precoce do câncer de intestino, notadamente em indivíduos com mais de 50 anos”, lembra Sergio Pessoa, presidente da FBG.

“A alta incidência do câncer de intestino segue nos desafiando a conscientizar e proteger a população de uma doença que pode ser prevenida e combatida com exames simples. Essa é uma ação que foca na proteção à saúde e à vida do brasileiro”, afirma o médico Herberth Toledo, presidente da SOBED.

De acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), espera-se que entre 2023 e 2025 ocorram 45.630 novos casos de câncer colorretal no Brasil, potencialmente afetando mais de 136 mil brasileiros. O Inca aponta um risco estimado de 21,10 casos por 100 mil habitantes, divididos entre 21.970 homens e 23.660 mulheres.

Quando diagnosticado no estado avançado, como ocorre em 85% dos casos, há um aumentao nos custos com o atendimento de saúde – cirurgias, quimioterapia, radioterapia – e diminuição das chances de cura. “Evitar a doença e, principalmente, aumentar a possibilidade de cura e de sobrevida de seus pacientes exigem diagnóstico e tratamento precoces dessa doença, com impacto positivo não apenas pela preservação de vidas, como também pela redução de custos do sistema de saúde”, destaca Marcelo Averbach, presidente do Núcleo de ações sociais da SOBED, presidente da ONG Zoé e coordenador da campanha Março Azul.

Prevenção – O tumor intestinal pode ser influenciado por diversos fatores de risco, incluindo histórico familiar de câncer, sobrepeso ou obesidade, idade igual ou superior a 50 anos, uma dieta rica em alimentos processados e carne vermelha, tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, e a presença de doenças inflamatórias intestinais, como retocolite ulcerativa e doença de Crohn.

A prevenção está fortemente ligada a um estilo de vida saudável, que inclui a prática regular de exercícios físicos, manutenção do peso ideal, abstenção do tabagismo e consumo moderado de bebidas alcoólicas. Além disso, é recomendável adotar uma dieta rica em verduras, frutas, legumes, farelos e cereais integrais, beber cerca de 2 litros de água por dia e limitar o consumo de carne vermelha e alimentos ultraprocessados e embutidos.

Campanha 2024 – A Campanha Março Azul 2024 (clique aqui), dedicada à conscientização sobre o câncer de intestino, está disponível no site www.marcoazul.org.br. O portal oferece uma série de informações sobre a doença, incluindo métodos de prevenção, fatores de risco, diagnóstico e opções de tratamento. A iniciativa conta com o apoio institucional da Associação Médica Brasileira (AMB) e do Conselho Federal de Medicina (CFM), além do endosso de diversas outras entidades.

Para ampliar o alcance e a visibilidade da campanha, monumentos em vários estados brasileiros serão iluminados de azul durante o mês de março, simbolizando a luta contra o câncer de intestino e incentivando a população a adotar medidas preventivas. O slogan da campanha deste ano busca transmitir uma mensagem clara sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, sublinhando a relação de confiança entre médico e paciente como fundamental para a detecção eficaz da doença.

Em edições anteriores, a campanha alcançou um público estimado em 93 milhões de pessoas em todo o País, com a participação ativa de artistas, influenciadores, times de futebol e personalidades esportivas, que ajudaram a disseminar a mensagem através de depoimentos na imprensa e nas redes sociais. Para a edição de 2024, as informações e atualizações da campanha também serão compartilhadas no Instagram, através do perfil @campanhamarcoazul.

Expedição em Óbidos – Em 2024, a campanha contará ainda com uma ação especial em Óbidos, no Pará, devido à sua baixa razão de médicos por habitantes (1,2 médico por mil habitantes) e às projeções do Inca, que indicam um aumento de 52% no número de casos de câncer colorretal entre os homens e 2,8% entre as mulheres do Norte nos próximos anos. Em resposta a esses desafios, a Secretaria Municipal de Saúde mobilizou Agentes Comunitários de Saúde para educar o público-alvo sobre a importância do rastreamento do câncer colorretal, incentivando a participação na campanha.

Com informações da campanha Março Azul

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