
“Não pode haver simplificação do Revalida. Qualquer que seja a origem do médico, se do Canadá ou da Bolívia, ele deve se submeter à mesma prova. Até porque se um médico brasileiro for trabalhar em outro país terá de se submeter a um exame”, argumentou Rosylane. A representante do CFM também afirmou que defende o Revalida no mesmo molde que é aplicado hoje pelo Inep, com uma prova escrita e outra prática, e que a autarquia está disposta a assumir aplicação da prova, com a supervisão do Inep. “Temos experiência com o Sistema de Acreditação das Escolas Médicas (Saeme), que inclusive já recebeu certificação internacional, e poderemos contribuir com o país”, argumentou.
Projeto de lei – Durante a audiência, o presidente da Comissão de Relações Exteriores, Allan Rick (DEM-AC) denunciou o atraso na realização do Revalida, já que a última edição foi realizada em 2017. O deputado federal e médico Hiran Gonçalves (PP-RR) argumentou que os problemas no Revalida decorrem da falta de regulamentação do exame. Defendeu, então, a aprovação do projeto de lei do Senado 4067/15, que regulamenta o Revalida. Segundo o deputado, deve ser aprovado um pedido de urgência para que o PL seja votado nesta quinta-feira (27) pelo plenário da Câmara. “Esse debate só está ocorrendo porque não há um marco legal para o Revalida”, defendeu.

Carreira de Estado – A fixação de médicos no interior do país foi abordada pelo diretor do Departamento de Gestão do Trabalho na Saúde do Ministério da Saúde, Allessandro Vasconcelos, e pelo presidente do Conselho Nacional de Secretária Municipais de Saúde (Conasems). Sobre a permanência dos médicos no chamado “Brasil profundo”, a conselheira federal Rosylane Rocha afirmou que é necessária a implantação de uma carreira de Estado e de condições de trabalho. “Os médicos que estão se formando nas faculdades abertas recentemente nos rincões também não estão ficando lá. E não ficam porque esses lugares não têm shoppings, mas porque não possuem condições de trabalho, nem oferecem uma perspectiva de carreira”, afirmou.