A abertura de 11 novos cursos de medicina no País foi autorizada pelo Governo Federal, em agosto, nas regiões Sul e Sudeste. Serão 710 novas vagas, onde estão 75,5% dos mais de 440 mil médicos com registro ativo no Brasil, segundo dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) de julho deste ano. Essas regiões também concentram 58% do total de escolas médicas em funcionamento.

“O número de cursos de medicina abertos no Brasil é alarmante e continua a crescer. Já temos mais de 26 mil vagas somente no primeiro ano da graduação. É premente a necessidade de equacionar e qualificar o sistema formador, mas, em vez disso, instituições são inauguradas sem atender nem mesmo às exigências mínimas”, alerta o presidente do CFM, Carlos Vital.

De acordo com o Ministério da Educação, no entanto, outros municípios também terão cursos autorizados nos próximos meses, atingindo a oferta de 2,3 mil novas vagas.

A previsão é de que os cursos já autorizados iniciem as atividades ainda em 2017. No Paraná, as cidades de Campo Mourão e Pato Branco terão, cada uma, 50 vagas. No Rio de Janeiro, Angra dos Reis receberá 55 e, no Rio Grande do Sul, as cidades de Novo Hamburgo e São Leopoldo abrirão, respectivamente, 60 e 65 vagas.

Reforçando a política de concentração de escolas médicas de governos anteriores, o Ministério da Educação anunciou 430 novas vagas somente em São Paulo. No estado, a distribuição ficou assim: Araras, 55 vagas; Guarulhos, 100; Mauá, 50; Osasco, 70; Rio Claro, 55; e São Bernardo do Campo com 100 novas vagas. Atualmente, São Paulo é o estado onde estão 30,3% de todos os profissionais médicos com registro ativo no País.

“O Governo não ouve as entidades médicas nem consegue identificar os reais problemas da área da saúde. Essa abertura absurda de vagas em medicina somente colocará mais profissionais em um mercado que não possui estrutura minimante adequada para o trabalho, tampouco para o atendimento à população. Todo esse processo, especialmente quando se trata de medicina, é uma irresponsabilidade com a sociedade brasileira”, ressalta o secretário-geral do CFM, Henrique Batista e Silva.

Fonte: jornal Medicina nº 269

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