Daniela Rocha A esperada implantação – ainda neste ano – da Central de Regulação de Especialidades Médicas de Campo Grande deve reduzir drasticamente os atendimentos irregulares de pacientes do interior da Capital – que surtem impacto direto na Santa Casa de Campo Grande. Essa é a expectativa da Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau), responsável pela gestão dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) no município. O diretor-executivo da Sesau, Salim Cheade, explica que, com a central será possível mensurar a quantidade real de pacientes que vêm do Interior, pois todas as pessoas que passarem por atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Centro Regional de Saúde (CRS) 24 horas, serão registradas na central por meio do cartão nacional do SUS. “Conseguiremos mensurar quantas pessoas de fora estão sendo atendidas. Com esses números em mãos, é possível, junto com a Comissão Intergestores Bipartite, solicitar o repasse financeiro correto do Estado para o Município”, diz Cheade. Cada município recebe do SUS uma quantia para realizar todos os tipos de procedimentos em sua população. No entanto, nas cidades onde não há a estrutura necessária, são firmados acordos com outros municípios para realizar o atendimento, e o Estado encaminha o dinheiro direto para essa cidade. Esse acordo é feito por meio da Programação Pactuada de Integração e o repasse é baseado em um número “X” de atendimento acordado. Porém, no caso de Campo Grande, muitos pacientes do Interior usam de artifícios para serem atendidos na rede de Saúde como sendo moradores locais. Com isso, o dinheiro repassado para o Estado à Capital acaba sendo defasado diante do real número de atendimentos a pacientes do Interior realizados aqui. IRREGULAR Usando endereços de parentes ou conhecidos os pacientes conseguem atendimento nas Unidades de Saúde de Campo Grande. Além disso, há casos em que a pessoa se hospeda em uma pensão da cidade e chama o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ou os bombeiros para ser atendido e encaminhado para um hospital. O último caso desse tipo aconteceu com um paciente que veio de Mundo Novo. O idoso Antenor de Sá, 86 anos, sofreu uma queda e fraturou os ossos da pelve, bacia e fêmur. Ele foi atendido no dia 13 deste mês em Mundo Novo, e o médico afirmou que ele deveria ser internado pela gravidade da situação. De acordo com relato da família da Sá, eles teriam recebido a orientação da secretária municipal de Saúde, Luciana de Barros, de se hospedar na pensão Dona Nália, em Campo Grande, e após um dia chamar o Samu. Sá foi internado na Santa Casa no dia 15 e teve alta no dia 21. A atitude acabou por burlar a Central de Regulação de Vagas do Estado, furando uma fila que continha 22 pacientes que esperavam por uma vaga no setor ortopédico da Santa Casa. A secretaria de Mundo Novo nem chegou a solicitar uma vaga na Central e, mesmo se solicitasse, o encaminhamento deveria ser feito para Dourados, município a 228 quilômetros. (fonte: jornal O Estado de Mato Grosso do Sul – 25.09.08)

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