Milena Crestani A falta de pediatras nos centros regionais de saúde -apontada na edição de ontem do jornal O Estado – é consequência de um déficit de pelo menos 100 profissionais da área, que precisam ser contratados. A informação é do coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Eduardo Cury. Cury, que também é coordenador dos atendimentos nos postos de saúde da Capital, afirmou que a mesma dificuldade ocorre em todo o País por conta da baixa procura dos médicos para se especializarem em Pediatria. “Há uma carência de médicos pediatras em todo o País e Campo Grande também enfrenta este problema”, afirma. FIM DE SEMANA Na tarde de domingo (28), não havia médicos pediatras em nenhum dos nove centros regionais de saúde da cidade. Muitos pais tiveram que retornar para casa sem conseguir atendimento para os filhos. Somente ontem à noite, pediatras passaram atender em dois postos na cidade. Cury explicou que a Prefeitura de Campo Grande conta com 100 médicos pediatras para atender toda a rede pública. “Precisaríamos dobrar o número de médicos atendendo na rede pública da cidade para conseguirmos montar a escala completa”, diz. Ele afirma que há uma necessidade de 81 vagas por dia para que os médicos atendam em todos os centros regionais de saúde da cidade – considerando três profissionais por turno em cada um dos nove centros. Os médicos pediatras só aceitam trabalhar se forem três profissionais por período. EFETIVO Atualmente, são 60 profissionais atendendo nos centros regionais e outros 40 nas unidades básicas. “Mas temos que considerar que, dentro deste número, também temos médicos que têm que pegar licenças ou que estão de férias e por isso nem sempre o quadro fica completo”, afirma. Cury citou que há projeto para criar uma unidade 24 horas para atendimento especializado às crianças. Vereadores de Campo Grande já sugeriram que o albergue noturno localizado na Avenida Afonso Pena, no bairro Amambaí, seja transformado em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Infantil. ATENDIMENTO Apesar do déficit de pediatras, Cury garante que nenhuma criança fica sem atendimento nos casos de urgência. O Samu faz uma regulação e acompanha os casos e atendimentos em cada um dos centros regionais de saúde para saber o estado de saúde das crianças. “Quando as crianças são levadas aos postos passam por uma avaliação. Se não há pediatra, ela passa a ser atendida por um clínico-geral e se ele julgar que o caso é grave pede auxílio ao Samu sobre como proceder”, afirma Cury. Os casos urgentes envolvendo crianças podem ser atendidos pelo próprio Samu ou encaminhados aos hospitais. “O importante é que ninguém fique sem atendimento”, afirma. Ele explicou que os casos de menor gravidade podem ser atendidos pelos especialistas no período noturno. No domingo à tarde, o pintor Silvano Machado, 43 anos, não conseguiu atendimento para o filho Aparecido Lopes Machado, 10, ao procurar o CRS do Guanandi. O menino estava com o corpo inchado e a pele descamando em alguns pontos do corpo. (fonte: jornal O Estado de Mato Grosso do Sul – 30.09.08)

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