Ângela Kempfer A polêmica sobre a intimação de mulheres suspeitas de aborto chegou a Câmara Municipal de Campo Grande nesta quinta-feira. Durante a sessão de hoje, a integrante da Coordenação Nacional de Mulheres do PPS, Tereza Vitale, falou sobre o assunto aos vereadores, criticando a possibilidade de indiciamento das atendidas na clínica da médica Neide Mota. Em tribuna, ela resumiu o tema “Aborto: novos tempos, velhas práticas. É uma nova inquisição?”.Vitale disse que o momento é de solidariedade às mulheres, chamou o Ministério Público e a Polícia Civil de preconceituosos e defendeu o aborto. “Essas mulheres precisam ter o direito de poder escolher levar uma gravidez adiante. Esta decisão de condenar essas mulheres, ainda que encontrem respaldo na carcomida legislação brasileira, promove constrangimentos ilegais”, avaliou. Aos vereadores, Tereza Vitale pediu apoio à políticas públicas que priorizem a educação sexual e o livre acesso a métodos contraceptivos, para evitar gravidez indesejada. “A responsabilidade é do Estado, por meio de políticas adequadas pode fazer a mulher evitar uma gravidez indesejada. Isso é uma questão de saúde reprodutiva, saúde da família e também de qualidade de vida. Ficamos alheios às tragédias que ocorrem a nossa volta e isso é um problema da sociedade e de todos os indivíduos.” Movimentos favoráveis a prática argumentam que a legalização do aborto deve ser considerada uma situação de direito e apresentam números sobre a realidade no País. Pesquisa realizada pela UNB (Universidade de Brasília) e UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), mostram que 3,5 milhões de mulheres já recorreram ao aborto nos últimos 20 anos, quase 1 milhão de forma clandestina. O resultado, segundo Tereza Vitale é a morte de duas mil mulheres por ano. “Esses números são um tapa na cara do estado. O país não deve fechar olhos para ferida que o aborto abre na sociedade”, reforçou durante participação na Câmara. (Com informações da assessoria de imprensa da Câmara Municipal (fonte: jornal Campo Grande News – 08.05.2008)

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