Aperfeiçoamento na formação do médico; fim da abertura indiscriminada de faculdades de medicina; e a adoção, por parte dos governos, de políticas públicas que fixem especialistas nas periferias dos grandes centros urbanos e nas pequenas cidades deram a tônica do II Fórum Nacional sobre Educação Médica.

 “Os ministérios da Saúde, Educação, Planejamento e Fazenda precisam trabalhar em conjunto para melhorar a qualidade da saúde oferecida à população”, declarou o representante da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Cid Carvalhaes, no encerramento do II Fórum Nacional sobre Educação Médica, realizado ontem, dia 6 de julho, no Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), em São Paulo.

 

Carvalhaes disse que a saúde precisa ter orçamento próprio e defendeu como uma das saídas, a imediata regulamentação da Emenda Constitucional 29, que define os percentuais que os governos federal, estaduais e municipais devem investir na área.

 

Neste sentido, Carvalhaes destacou a necessidade de uma integração entre o executivo e o Congresso Nacional. O especialista também criticou a abertura indiscriminada de escolas de medicina no país e defendeu a adoção do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV).

 

A secretária executiva da Comissão Nacional de Residência Médica, Maria do Patrocínio Tenório Nunes, disse que é preciso conscientizar os gestores nos estados e nos municípios sobre a necessidade da adoção de uma política de estado para a saúde, a fim de evitar a interrupção dos programas a cada troca de gestor. Sobre a necessidade de se fixar o médico nas periferias dos grandes centros urbanos e em regiões remotas ela afirmou que “o que fixa é a residência médica, remuneração adequada e condições técnicas e tecnológicas para o médico trabalhar”.

 

Ainda sobre a relação entre a oferta e a demanda de médicos no País, o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto d’Avila, apresentou números sobre a desigual distribuição de médicos no Brasil. “A maioria está nos grandes centros urbanos e na faixa litorânea do Brasil”, comentou. Ainda segundo d’Avila, o estado que apresenta a melhor distribuição de médicos entre capital e interior é Santa Catarina, onde não há nenhuma cidade sem esse profissional. A pior distribuição está nas regiões Nordeste e Norte.

 

O secretário de comunicação e imprensa do Simesp, João Paulo Cechinel, resumiu a preocupação dos participantes do Fórum em relação à qualidade da formação do médico e propôs a adoção de um sistema de avaliação continuada tanto dos cursos de graduação como na pós-graduação. “A avaliação deve envolver as escolas e os estudantes”, destacou. Segundo ele, recente pesquisa realizada entre o período de 1965 a 2011, durante o qual a população brasileira cresceu 133% contra um crescimento de 770% no número de escolas de medicina hoje na casa de 181.

 

Também participaram do Fórum o presidente do Cremesp, Renato Azevedo, o presidente da APM, Jorge Curi, a presidente da Associação Brasileira de Ensino Médico (ABEM), Jadete Lampert, o superintendente do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), Latif Abrão, o representante da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Paulo Elias, presidentes de sindicatos de médicos de vários estados, diretores de sociedades de especialidades e de associações de médicos residentes.

 

O II Fórum Nacional sobre Educação Médica contou com a organização da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) e Iamspe. O encontro abriu as comemorações do cinquentenário do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), que acontece de 7 a 9 de julho, com a realização de um congresso sobre saúde do idoso.

 

Fonte: Simesp

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