Milena Crestani Os representantes da associação Beneficente de Campo Grande, ex-mantenedora da Santa Casa, mostraram-se contrários à possibilidade de o hospital realizar um empréstimo para sanar as dívidas com fornecedores. Eles reclamam que os principais problemas do hospital não estão sendo resolvidos. A possibilidade foi cogitada pelo médico Cid- Pimentel, membro da equipe da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que desde o final do mês passado iniciou a assessoria de gestão profissional no hospital, em entrevista concedida anteriormente ao jornal O Estado. “Não haveria motivos para interferirem na administração da Santa Casa se fosse para pedir empréstimo”, afirma o presidente da Associação, Esacheu Nascimento. Atualmente, a Santa Casa está sob intervenção judicial e continua sendo administrada por representantes do Estado e Município. Os atuais administradores do hospital irão quitar essa nova dívida. “A solução que a população espera, com o trabalho da Unifesp, é melhorar o atendimento no hospital e não pedir empréstimo de dinheiro”, afirma. A Unifesp foi contratada por R$ 150 mil mensais para fazer um trabalho de consultoria e assessoramento na Santa Casa. Todas as decisões tomadas sobre a administração ainda são tomadas pela junta nomeada pelo juiz para gerir o hospital. De acordo com o procurador de Justiça, Mauri Valentim Ricciotti, chefe das Promotorias de Justiça, todas as decisões tomadas pela administração precisam ser comunicadas antes ao juiz e só podem ser executadas com aval do Poder Judiciário. Pessoa jurídica Uma das principais preocupações da Associação Beneficente é porque o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) deles ainda está sendo utilizado. “Por enquanto, não estamos vendo mudanças significativas na administração do hospital”, diz Nascimento. Há uma ação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) questionando a utilização da personalidade jurídica da associação pela atual administração do hospital. A previsão é de que o recurso sobre o assunto seja apreciado ainda no próximo mês. Ricciotti afirmou que a intervenção judicial permite que o CNPJ da Associação Beneficente seja utilizado. “O grupo nomeado pela Justiça tem plenos poderes para tomar decisões sobre assuntos relativos à Santa Casa”, afirma o procurador. “O que cobramos é uma explicação para toda a sociedade sobre esta possibilidade de novo empréstimo”, afirma Nascimento. Por conta das dívidas com fornecedores, o hospital não consegue comprar a preços menores, negociar prazos ou ainda realizar pregões para aquisição de material. A previsão é de que se o empréstimo fosse feito o banco liberaria o aporte somente daqui a seis meses. Pimentel não foi localizado ontem pela reportagem para comentar sobre a posição da Associação Beneficente. (fonte: jornal O Estado de Mato Grosso do Sul – 18.07.2008)

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