Aline dos Santos Após colocarem fim a uma greve de 70 dias no Hospital São Julião, os anestesistas tentam acordo, com intermédio do MPF (Ministério Público Federal), para que o hospital reajuste os valores pagos pelos procedimentos cirúrgicos. Nesta quinta-feira, os profissionais participam de reunião, no MPF, com o procurador Felipe Fritz Braga, a direção do hospital, além dos secretários municipais e estaduais de Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Beatriz Dobashi, respectivamente. Os anestesistas, contratados pela empresa terceirizada Servan, cobram que sejam aplicados os valores da tabela CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos), bem acima do pago pelo SUS (Sistema Único de Saúde). De acordo com o presidente da Servan, Werner Gemperli, na semana passada, durante reunião para discutir a greve, o MPF informou que intermediaria as negociações. De acordo com ele, a tabela CBHPM já é praticada no HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian, HU (Hospital Universitário) e Hospital do Câncer. Antes da reunião, o presidente da Servan, que reúne 71 anestesitas, demonstrava certo descrédito quanto a um entendimento. Ele explica que durante a paralisação as negociações não avançaram. Segundo ele, apenas a população, “que fica na fila”, e o MPF se preocuparam com a situação. Werner Gemperli reclama dos valores praticados pelo SUS. “Por uma cirurgia de pterígio [cirurgia no olho] pagam R$ 17,50. Uma de vesícula, R$ 45”. Diretor-administrativo do São Julião, Amilton Fernandes Alvarenga, reforça que não há confronto com os profissionais, mas apesar do hospital reconhecer que os valores são baixos, depende que a prefeitura aumente o repasse de dinheiro. Para atender a reivindicação dos anestesistas, o São Julião precisará de R$ 60 mil a mais por mês. Atualmente, o hospital recebe em torno de R$ 450 mil mensais para prestar atendimento pelo SUS. Entretanto, o diretor lembra que se a tabela for válida para os anestesistas, o restante do corpo clínico também cobrará a aplicação dos novos valores. “Não faço idéia do quanto será necessário. Mas tem procedimento que tem até 1.600% de variação entre as tabelas”. Durante a greve, 240 cirurgias não foram realizadas. “Aos poucos, está voltando ao normal”, explica Amilton Alvarenga. A unidade hospitalar é credenciada pela prefeitura da Capital e realiza, principalmente, procedimentos cirúrgicos nas áreas de otorrinolaringologia, oftalmologia e ortopedia. O secretário municipal de Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que a prefeitura não possui dinheiro para custear a nova tabela. “Não tenho dinheiro novo. Vamos ver com o Ministério da Saúde, com o Estado”. Santa Casa Já a greve iniciada na Santa Casa pelos anestesistas, também pelo reajuste, e que agora envolve todo o corpo clínico, não tem data para acabar. As cirurgias eletivas (agendadas) estão suspensas no hospital há quatro meses e por prazo indeterminado. O prefeito Nelson Trad Filho disse ontem que a Prefeitura não tem previsão de retomada desses procedimentos porque a indefinição de quem ficará na administração da unidade dificulta um acordo com os médicos que querem passar a receber pela tabela de Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos. (fonte: jornal online Campo Grande News – 21.05.09)

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