Embora aprove o programa que pretende realizar testes de HIV, hepatite e sífilis nos índios do Brasil até 2012, o vice-presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Roberto Liebgott, cobra mais investimentos do governo na estrutura do atendimento à saúde indígena.

“O Cimi defende que essas campanhas e outras iniciativas de combate a endemias sejam inseridas numa política mais ampla de atenção à saúde, com estrutura adequada, profissionais qualificados, mais recursos e equipamentos suficientes. Caso contrário, essas ações cairão no vazio”, disse Liebgott à BBC Brasil.

Segundo ele, o atendimento aos indígenas “hoje é falho e eminentemente paliativo”.

Ele afirma que o Cimi, órgão vinculado à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), tem recebido informações de missionários e integrantes do movimento indigenista que a hepatite tem se tornado uma epidemia em áreas indígenas em Rondônia.

“Junto com essas informações, eles relatam a ausência do poder público para combater as endemias”, afirma.

A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), no entanto, disse por meio de sua assessoria que “todos os casos estão sendo tratados dentro das exigências de assistência”.

Transferência de atribuições

Liegbott também critica o processo de transferência das atribuições referentes à saúde indígena da Funasa (Fundação Nacional da Saúde) para a Sesai.

“Nem chega a ser uma transição, mas sim um período de vacância em muitas regiões do país”, afirma.

“Não há estrutura de pessoal, de profissionais capacitados para a demanda, a infraestrutura é precária, faltam equipamentos, veículos e aparelhos para exames médicos.”

A nova secretaria, vinculada ao Ministério da Saúde, foi aprovada pelo Congresso em outubro de 2010 e tornou-se responsável por todas as ações ligadas à saúde indígena.

O saneamento básico e ambiental, assim como a preservação de fontes de água limpa, a construção de poços, sistemas de saneamento e o controle de poluição em nascentes também passaram a ser atribuições da Sesai.

“O indígena desacredita mais rapidamente no sistema de saúde do que qualquer outra população. Temos que estar alertas a essa situação.”

Fonte: BOL – Brasil Online

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