O presidente do Conselho Federal de Medicina, Carlos Vital, participou no dia 29 de abril, na capital paulista, da posse do novo presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, Mauro Gomes Aranha de Lima. Em seu discurso, Vital destacou a gestão do presidente do Cremesp nos últimos anos, Bráulio Luna Filho, “pautada pelo zelo e rigor dos direitos sociais” e afirmou ter a convicção que a nova gestão do Cremesp, como a que a antecedeu, “se encarregará dos caminhos da convergência na Saúde, para benefício a todos da Nação brasileira”.

O presidente do CFM destacou que os médicos são importantes agentes políticos e, “neste sentido e sem interesses partidários, o CFM tem destinado esforços para o exercício da cidadania, no mais elevado patamar de consciência”. Vital relatou as análises feitas pelo CFM, baseadas em documentos do Tribunal de Contas da União, do Ministério Público e do Poder Judiciário, que evidenciam a necessidade de mais recursos financeiros para o Sistema Único de Saúde, e atestam a incompetência de gestão e a corrupção na Saúde. 

Dados do CFM mostram que de 2002 a 2015, 30% dos recursos federais desviados, o equivalente a R$ 15,9 bilhões, pertencem à área da Saúde, com superfaturamento e burlas em convênios. “A postura contra a corrupção e a má administração pública está prevista em nossa Carta Magna de 1985. E ela também diz que devem coexistir todas as ideologias e a atenção às normas que permitem a liberdade”, defendeu.

Diretoria Cremesp – A nova diretoria do Cremesp ficará á frente da entidade até junho de 2017. No dia 29 de abril tomaram posse na presidência e vice, respectivamente, Mauro Gomes Aranha de Lima e Lavínio Nilton Camarim. O anfitrião da solenidade, o ex-presidente e atual diretor 1º secretário do Conselho, Bráulio Luna Filho, apresentou o novo presidente como um “profissional dedicado, inteligente e competente e que fará uma gestão da qual todos iremos nos orgulhar”. 

Em seu discurso, Luna Filho afirmou que, em sua gestão, procurou elevar ao máximo a capacidade de tornar público que o Cremesp é um órgão defensor dos interesses da população. “Há uma diferença entre a luta social e a corporativa, mas quando visa o bem-estar da sociedade, esses interesses dialogam. O Conselho faz a defesa do médico apenas em situações especiais, defendendo os bons médicos”, afirmou. Também ressaltou que, diferente de outros países, os médicos brasileiros foram cruciais na construção do Sistema Único de Saúde (SUS). “Faço um apelo a todos para que não disputem posições partidárias nos próximos meses, com a mudança do cenário político. Temos que estar ao lado da população brasileira, não abrindo mão de sermos protagonista do SUS, com seus valores de ética e responsabilidade social”, destacou.

Precarização – Éder Gatti, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), destacou o difícil momento da Medicina no Brasil, no qual “o governo federal subfinancia o SUS de maneira crônica, o que se reflete na saúde da população, enquanto os hospitais fecham prontos-socorros por falta de médicos”. Comentou ainda que o governo estadual suspendeu o concurso para médicos por decreto e não reajusta os salários há três anos. Por sua vez, a prefeitura de São Paulo demitiu médicos de Organizações Sociais (OSs) ao mesmo tempo em que anunciou a quarteirização desses profissionais, com a aceitação de contratos subfinanciados. “O Simesp estará junto com o Cremesp e demais entidades na luta por uma saúde de qualidade para a população”, disse.

Florisval Meinão, presidente da Associação Paulista de Medicina (APM), também ressaltou o trabalho em conjunto das entidades médicas em São Paulo, especialmente em um momento em que “é notória a crise política, econômica, social e ética, que tem forte impacto na Saúde, prejudicando a população”. Ele destacou a atuação pioneira do Cremesp na elaboração e manutenção de um exame de egressos de Medicina, ação coroada com a ação do MEC em criar um sistema de avaliação obrigatório e sequencial para todos os alunos que ingressaram, a partir de 2015 nas escolas médicas.

Mauro Aranha, presidente do Cremesp

Mauro Aranha, presidente do Cremesp

Miscigenação – Em um discurso embasado em análises antropológicas e culturais do País e ressaltando sua própria origem, Mauro Aranha emocionou os presentes ao mencionar poetas portugueses, como Camões e Fernando Pessoa, e também escritores, como Darcy Ribeiro, João Cabral de Melo Neto, Erico Veríssimo e outros intérpretes do Brasil. 

O psiquiatra e novo presidente do Cremesp citou a diversidade e a miscigenação do povo brasileiro e suas vulnerabilidades. “Freud, em 1930, fundamentou que todo processo civilizado decorre do reconhecimento mútuo de nossas próprias pulsões, tanto as edificantes quanto as destrutivas”. Com isso, declarou sua esperança em um País coeso e equânime, corrigindo as injustiças históricas sociais mediante políticas públicas que gerem oportunidades, inclusive à Saúde. Também afirmou que pretende basear sua gestão no Conselho em ações concretas e cabíveis nos limites da lei 3.268/57, “com fidelidade à saúde do homem paulista, sua mente, seu corpo, sua casa e seu mundo, como indivíduo e sistema”.

Os novos diretores aderiram ao termo de compromisso para a gestão do Conselho de abril de 2016 a junho de 2017. O evento contou com a presença dos conselheiros do Cremesp, e também de José Roberto Baratella, presidente da Academia de Medicina de São Paulo; e Célia Leão, deputada estadual, que fez questão de assinalar que o seu gabinete está aberto para as proposições do Cremesp e das entidades médicas. A cerimônia teve a participação da Orquestra de Violas Cultura Caipira de Valinhos, que divulga a música sertaneja de raiz, típica do Interior paulista, regida pelo maestro Robson Furioso.

Com informações do Cremesp

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