Além das Olímpiadas 2016, a atuação do médico do esporte e aspectos clínicos dos atletas de alto desempenho foram debatidos pelos participantes do III Fórum de Medicina do Esporte, realizado no dia 5 de julho, em Brasília. Na mesa “Responsabilidade Médica em Clubes Esportivos”, os médicos Samir Salim Daher, Serafim Borges e Ricardo Munir Nahas, falaram sobre a responsabilidade dos médicos em clubes esportivos e sobre as avaliações cardiológicas e ortopédicas em atletas de alto desempenho.

Diretor do Departamento de Medicina do Exercício e do Esporte do Clube Pinheiros, em São Paulo, Samir Salim Daher, defendeu uma maior divulgação das resoluções do CFM que regulamentam a medicina do esporte. “Nos clubes de futebol já temos serviços médicos bem organizados, mas precisamos que o mesmo ocorra nas outras modalidades esportivas”, argumentou. Ele disse também ser necessário vencer culturas arraigadas relacionadas ao papel dos médicos e fisioterapeutas. “Os papéis devem ser bem definidos para que o trabalho ocorra da melhor forma”, aconselhou. A apresentação pode ser acessada aqui.

Já o cardiologista do Clube Regatas Flamengo e da Confederação Brasileira de Futebol, Serafim Borges, explicou quais são as atribuições do cardiologista em uma equipe de futebol, quais os efeitos cardiovasculares do condicionamento e os protocolos de avaliação usados pelos médicos brasileiros. “Nós, brasileiros, valorizamos a anamnese, o exame físico e o ECG de repouso. Os americanos, por exemple, não fazem o ECG”, detalhou. Serafim também mostrou como estava o condicionamento dos jogadores brasileiros na Copa das Confederações e do Mundo. “Estavam todos em ótimas condições físicas”, atestou. A apresentação pode ser acessada aqui.

O ortopedista e coordenador do Centro de Medicina do Exercício e Esporte do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, Ricardo Munir Nahas, fez uma exposição sobre a avaliação ortopédica para atletas de alto desempenho. Nahas mostrou imagens de vários casos clínicos e comentou sobre as melhores indicações de tratamento. “O médico do esporte tem a agudização como a grande inimiga. Trabalhamos em zonas de compensação, com indivíduos que vão se lesionando gradativamente até que ocorra um evento traumático”, explicou. Em sua palestra, o ortopedista também discorreu sobre a avaliação de riscos de possíveis lesões, levando em consideração aspectos intrínsecos e extrínsecos.

A última mesa redonda do IIF Fórum de Medicina do Esporte tratou do tema “Implicações práticas em Medicina do Esporte”. O primeiro expositor foi o cardiologista e médico do esporte Nabil Ghorayeb, que falou sobre a prevenção da morte súbita no esporte. Após mostrar vários casos, Ghorayeb afirmou que o melhor caminho para evitar a morte súbita é uma boa avaliação prévia e uma eficiente ressuscitação, procedimento que precisa ser mais disseminado. “Atividade física não causa a morte, as causas estão no excesso, no abuso e nas doenças pré-existentes”, defendeu. A apresentação pode ser lida aqui.

A conselheira federal pelo Distrito Federal e médica do esporte, Rosylane Mercês Rocha, fez uma explanação sobre a necessidade de atestado médico para a liberação de atividades físicas em academias e clubes sociais. Depois de mostrar como o tema é tratado em resoluções do CFM e em outros normativos, Rosylane concluiu que, a depender das leis estaduais, é possível não se exigir o atestado, “mas, diante dos casos de mortes em academias, é possível se abrir mão deste cuidado?”, questionou. A última atividade do Fórum foi a apresentação de um caso clínico sobre arritmia cardíaca, apresentado pelo cardiologista Serafim Borges. Os dados sobre o caso clínico podem ser acessados aqui.

Ao apresentar as conclusões finais sobre o III Fórum de Medicina do Esporte, Emmanuel Fortes afirmou que o dia foi muito produtivo e que as discussões serão usadas como subsídio para a elaboração de resoluções e pareceres. “Também vamos continuar lutando pela valorização da medicina do esporte. Não há quem nos canse”, afirmou. Fortes afirmou, ainda, que o CFM continuará trabalhando pela exigência do atestado médico para a realização de atividades físicas. 

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