NOTA INFORMATIVA

USO RACIONAL DE CORTICÓIDES NO TRATAMENTO DA COVID-19

Considerando o ofício n. 01/2021 da Sociedade Brasileira de Infectologia de Mato Grosso do Sul;
Considerando que, segundo a SIMS, houve aumento expressivo na prescrição de corticoides na fase da Pandemia pelo coronavírus (SARS-CoV-2);
Considerando, ainda segundo o ofício da SIMS, que o uso de corticoide tem se mostrado eficaz no tratamento da Covid-19;

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Mato Grosso do Sul, no uso de suas atribuições que lhe confere a Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, alterada pela Lei nº 11.000, de 15 de dezembro de 2004, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, alterado pelo Decreto nº. 6.821, de 14 de abril de 2009, vem solicitar à classe médica do estado observância às orientações emitidas pela Sociedade de Infectologia de Mato Grosso do Sul, abaixo transcritas:

“O cortisol é um hormônio esteroide produzido pela glândula adrenal, que está envolvido na resposta fisiológica a situações de estresse (estresse físico, como doenças infecciosas, ou estresse emocional). Corticoide é um termo mais amplo que engloba o cortisol e outras formas sintéticas, que atuam no mesmo receptor do cortisol.

Estudo internacional, Recovery (Universidade de Oxford), comprovou que o uso de corticoide (a dexametasona) foi positivo em pacientes internados com quadros graves de Covid-19. Outros tipos de corticoide, como a prednisolona, também já estão sendo utilizados com sucesso.

Em doses suprafisiológicas (ou seja, acima das concentrações produzidas pelas adrenais normais), os corticoides exercem ação anti-inflamatória e imunossupressora. Quando utilizado como terapia anti-inflamatória e imunossupressora, as doses dos corticoides são no mínimo 4 a 5 vezes mais elevadas do que as doses de reposição fisiológicas. Nessa situação, o risco de complicações na vigência da Covid-19 é potencialmente maior. Pacientes em uso de prednisona 20 mg por mais de 2 semanas ou prednisona 5 mg por mais de 30 dias não podem suspender o tratamento com corticoide de forma abrupta, em virtude do risco de insuficiência adrenal secundária por supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Nessa situação, o paciente deve entrar em contato com o seu médico para avaliar a possibilidade e a forma adequada de redução da dose do corticoide.

Caso o paciente em uso crônico de corticoide (prednisona 20 mg por mais de 2 semanas ou prednisona 5 mg por mais de 30 dias, ou outro corticoide em dose equivalente) apresente sintomas de gravidade da Covid-19, a terapia com corticoide não pode ser suspensa de forma abrupta, em virtude do risco já mencionado de insuficiência adrenal secundária. Na impossibilidade de continuar o tratamento com corticoide por via oral em virtude da piora clínica, o paciente deve receber hidrocortisona 100 mg endovenosa e 50 mg endovenosa a cada 6 a 8 horas, conforme recomendação da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).”

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