As dificuldades na formação e no trabalho das equipes da Estratégia de Saúde da Família e Comunidade estiveram em debate no Conselho Federal de Medicina (CFM). Durante o V Fórum de Medicina de Família e Comunidade, no dia 13 de maio, em Brasília, cerca de 120 especialistas trataram sobre o papel da área, analisando as práticas públicas e privadas.
 
A programação destacou discussões sobre o marco legal da especialidade, o mercado de trabalho e a experiência em Organizações Sociais de Saúde (OSS). Foi avaliado pelos participantes que, apesar de inúmeros problemas no setor, há municípios como o Rio de Janeiro, Curitiba e Florianópolis que estão ampliando a atenção básica e sendo referências para a especialidade.
 
Segundo o estudo Demografia Médica no Brasil, existem pouco mais de quatro mil profissionais com o título nesta área, sendo que 76,2% se concentram nas Regiões Sul e Sudeste do País. A especialidade representa apenas 8% do total de vagas de residência médica no País. Menos 30% destas têm sido ocupadas. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), Thiago Trindade, a falta de interesse dos recém-formados vem muita da falta de conhecimento sobre as possibilidades de atuação e de ensino.
 
Para ele, o Sistema Único de Saúde (SUS) é baseado no médico de família e a falta de profissionais especializados na área de medicina de família está ligada à falta de estrutura, o que acaba tornando a unidade básica de saúde um lugar de encaminhamento de pacientes para especialistas. “Precisamos que a atenção primária seja, de fato, uma pauta política, em caso contrário, ficamos com risco de retrocesso. É necessário mais financiamento e mais qualificação”.
 
O CFM avalia de forma positiva a estratégia da atenção à saúde nas comunidades para a qualidade da assistência. O coordenador da Câmara Técnica que trata do assunto, Leonardo Sérvio Luz, apontou os benefícios para os setores de maior complexidade: “com uma atenção básica prestada com qualidade, diminui-se a demanda por leitos hospitalares. É a forma mais barata, mais simples e mais eficiente de se diminuir a demanda na atenção terciária ou quaternária, de hospital e hospital especializado”.
Facebook Instagram
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.