A infraestrutura para o atendimento aos atletas e torcedores durante a próxima Copa do Mundo ocupou o centro do debate no segundo dia do Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina (I ENCM 2014), em João Pessoa (PB). Os médicos se mostraram preocupados com os riscos decorrentes da falta de preparo de algumas cidades-sede para abrigar a competição. Após a mesa durante a qual o tema foi discutido, conselheiros de diversos Estados ressaltaram que as unidades de saúde não teriam condições de atender os pacientes em caso de catástrofe.

    Diante deste cenário, o 3o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Emmanuel Fortes, que coordenou a discussão sobre o tema, destacou a relevância da Resolução CFM 2012/2013, que traz orientações sobre segurança ao público e aos atletas. A norma, aprovada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) no ano passado, chega a apontar a infraestrutura mínima de equipamentos necessários para dar assistência em casos de urgência e emergência.

   Cadastramento – A Resolução 2012/2013 dispõe ainda sobre a necessidade de que os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) autorizem previamente os médicos que integram as comitivas das seleções participantes a atuarem durante a competição. Sem esse cadastramento, esses profissionais poderão ter sua ação limitada no país. O CFM já reiterou junto às entidades desportivas e ao Ministério do Esporte a importância de observar todos os pontos da regra para garantir maior segurança aos torcedores, aos jogadores e aos profissionais.

    O debate sobre o tema “Copa do Mundo: o que fazer em situação de catástrofe” teve início com a apresentação do Diretor do Centro Materno-Infantil Norte do Porto, em Portugal, Antônio Marques. Ele mostrou a importância sobre treinamentos, testes e simulações antes da realização de grandes eventos. “Nós médicos somos partes de um todo. É preciso trabalhar em equipe e é necessário que estejamos preparados tanto para a Copa do Mundo quanto para outros grandes eventos”, disse o médico.

    Em seguida, o médico do Esporte e preceptor de Medicina do Esporte da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Leonardo Kenji Hirao, fez uma síntese do que o comitê organizador já preparou para os serviços médicos e de segurança durante a Copa do Mundo. Segundo ele, o planejamento envolver as 12 cidades-sede, incluindo estádios, centros de treinamento, hotéis oficiais e entorno dos locais dos jogos. Emmanuel Fortes lembrou a responsabilidade dos CRMs em fiscalizar o cumprimento dos pontos previstos na Resolução 2012/2013, o que deverá acontecer nas próximas semanas.

    Cinema – Também no segundo dia do I ENCM 2014 houve uma reflexão sobre a humanização no atendimento médico, através da análise de filmes consagrados no cinema mundial. O diretor científico da Sociedade Brasileira de Medicina da Família, Pablo Gonzáles Blasco, um admirador da Sétima Arte, mostrou através de trechos de filmes a importância da humanização para a qualidade do atendimento médico.

    “A minha proposta é desenharmos uma programação de formação continuada para os médicos formadores de opinião, como coordenadoras de cursos médicos, coordenadores de residência e tutores”, destacou Blasco, acrescentando que estes médicos que atuam na linha de frente, seriam os responsáveis pela disseminação desse conhecimento.

Facebook Instagram
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.