A conselheira Mirian Dias Parente e presidente do CRM-PI, Emmanuel Fontes, coordenaram os debates do Fórum sobre Transexualidade

A conselheira Mirian Dias Parente e presidente do CRM-PI, Emmanuel Fontes, coordenaram os debates do Fórum sobre Transexualidade

O plenário do Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) sediou na tarde de quinta-feira (23) o primeiro Fórum sobre Transexualidade da autarquia. O evento foi organizado pelos conselheiros regionais, em parceria com várias entidades, como a Defensoria Pública, Ministério Público, representantes da Coordenação do Grupo Piauiense de Transexuais e Travestis, coordenadores e professores de cursos de Medicina de instituições como Universidade Federal (UFPI), Estadual (Uespi) e da Faculdade Integral Diferencial (Facid); Conselho Regional de Psicologia, OAB Piauí, além de representadores da Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde. A proposta do evento veio da médica ginecologista e sexóloga Andréia Rufino, que é também professora da Uespi e pesquisadora de gênero e sexualidade. Ela propôs a ideia do fórum para as conselheiras Mírian Palha Dias Parente e Lúcia Maria do Rêgo Medeiros, que prontamente teve o apoio da diretoria do Regional.

O presidente do CRM-PI, Emmanuel Fontes, e Mírian Parente coordenaram os trabalhos e abriram as exposições dos convidados. A primeira expositora foi a coordenadora do Grupo Piauiense de Transexuais e Travestis, Maria Laura dos Reis. “O que estamos buscando aqui é provocar o CRM no nosso intuito de que o transexual tenha um acompanhamento multidisciplinar de saúde; com psicólogo, psiquiatra e endocrinologista; sendo um acompanhamento humanizado, porque hoje não temos e sofremos muitas formas de constrangimento e preconceitos. Seja, pela própria desinformação dos profissionais de saúde. Para nós, é importante que o CRM encontre esses profissionais com perfis para compor essa equipe que possa ajudar pessoas”, disse Maria Laura.

Em seguida, mais duas transexuais e a mãe de uma criança de seis anos que já se identifica como transexual deram seus depoimentos e todos concordaram que a desinformação dos profissionais de saúde – que decorre também da falta de estudo sobre o tema nas salas de aula dos cursos de medicina, em sua maioria – são fatores que impedem o bem estar e a qualidade de vida das pessoas.

A médica, terapeuta sexual e professora da UFPI Elmarene Athayde disse que faz parte da qualidade de vida dos transexuais serem respeitados e compreendidos. “Os mesmos problemas e dúvidas que um casal heterossexual tem, um casal homoafetivo ou uma pessoa transexual tem e nesses dois últimos casos é preciso que o profissional que o atenda esteja preparado”, disse.

A hormonização, transformação das características do corpo visando a adequação de gênero, foi um dos assuntos discutidos no encontro. Como os transexuais buscam a modificação ou terapia hormonal para o bem estar, é muito importante o acompanhamento médico. Outro assunto abordado for a redesignação de sexo, como o assunto vem sendo tratado na esfera jurídica, entre outros. 
O pediatra Telmo Mesquita, que representou a Secretaria Estadual de Saúde, apresentou algumas ações que a Sesapi já vem fazendo para melhor atender os grupos GLBT. Geraldo Magela, representando a Fundação Municipal de Saúde, também se mostrou disposto a contribuir.

A conselhereira do CRM-PI Mírian Parente informou que o Conselho considera que o tratamento humanizado aos transexuais é de saúde pública e assim como ela, o presidente Emmanuel Fontes afirmou que o Conselho certamente estará disponível para que haja a implantação de um ambulatório com profissionais multidisciplinares; com a presença de médicos especialistas, como pediatras, ginecologistas, endocrinologistas, urologistas, psiquiatras, entre outros. “Queremos com esse fórum já sairmos daqui com metas estabelecidas para darmos início a esse trabalho que é de fundamental importância para a qualidade de vida das pessoas que não se identificam com o seu sexo biológico. Sabemos que são pessoas que precisam de acompanhamento e diagnóstico para que tenham as condições de seguirem com uma vida física e mental mais saudável”, destacou a conselheira.

Fonte: CRM-PI

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