ALERTA À POPULAÇÃO

       O CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DE MATO GROSSO DO SUL, a quem cabe a fiscalização ética da prática médica, há muito vem denunciando aos gestores e Ministério Público sobre a situação caótica em que se encontra o setor de Ortopedia da Santa Casa de Campo Grande.

      A superlotação no setor persiste, as condições de trabalho médico e da equipe de saúde estão cada vez mais precárias e a população não tem como ser bem atendida.

O Hospital do Trauma, promessa antiga, idealizado para diminuir a superlotação do PS da Santa Casa, não é finalizado e os acidentes de trânsito, principal causa do número crescente de pacientes naquele PS, não são combatidos.

O poder público não toma as devidas providências, faltam vagas nas salas de emergência, com permanência de pacientes graves porque não se tem lugares adequados para alojá-los, havendo dificuldade até mesmo de locomoção das equipes de socorro dentro das mesmas, devido à superlotação. O centro cirúrgico não consegue acompanhar a demanda e a fila de pacientes graves, que precisam de cirurgia imediatas é cada vez maior, podendo causar sequelas e até mesmo o óbito de pacientes.

       As condições só seriam mais desumanas se a estes mesmos pacientes (que lotam as salas de emergências do hospital), não fossem permitida a entrada no hospital.

       Mesmo com as péssimas condições de trabalho, os pacientes que lá chegam são atendidos. Se há demora é porque é humanamente impossível para os médicos e a equipe de enfermagem darem conta da enorme demanda existente.

        Estes profissionais e a Santa Casa, que também são vítimas desta situação, não podem ser responsabilizados por este estado caótico em que se encontra o atendimento à saúde que, pela Constituição Federal, é um direito de todos e obrigação do Estado, como ninguém desconhece.

       Portanto, o CRM/MS vem alertar à população que esta obrigação é dos gestores da saúde pública. A classe médica também é vítima deste cenário sombrio, permanecendo na linha de frente do atendimento, exercendo a medicina com dedicação e altruísmo.

Ou seja: dar condições adequadas e humanas de trabalho no pronto-socorro e propiciar maior resolutividade na rede pública municipal e no interior do Estado é o mínimo que os gestores podem e devem fazer. Quando estes apresentam números revelando que investimentos são feitos, não devem ser desconsiderados, porém é certo que estes investimentos são insuficientes. Se esta obrigação for cumprida, como prevê a Constituição, a dignidade do trabalho médico e dos demais profissionais da saúde será preservada e a população poderá ser melhor atendida, com mais vidas sendo salvas.

Alberto Cubel Brull Junior

Presidente

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